Com mandados cumpridos em 22 cidades de Santa Catarina e de outros três Estados do Brasil, um grupo criminoso, alvo de investigação por fraude de licitações, teve sete pessoas detidas nesta segunda-feira (30). A quadrilha unia várias empresas do ramo de desratização, dedetização e correlatos com o objetivo de fraudar processos licitatórios.
Continua depois da publicidade
Clique aqui para receber as notícias do NSC Total pelo Canal do WhatsApp
Conforme o delegado da 3ª Delegacia de Polícia Especializada no Combate à Corrupção (Decor), Pedro Alves, as empresas combinavam entre si a participação em editais. Com isso, tiravam a competitividade dos concorrentes e dividiam os lucros entre os participantes do esquema. Além dos 50 mandados de busca, sete de prisão preventiva foram cumpridos nas cidades de Florianópolis, Lages, Criciúma, Curitiba (PR) e Victor Graeff (RS).
— A atuação deles se dava mediante a combinação entre si, da licitação e dos contratos administrativos que se tem a competição de forma efetiva. Quando esse grupo faz essa combinação de ações, que é mais ou menos como eles agiam, esse caráter competitivo fica frustrado. E aí com isso eles estão fraudando a licitação, gerando uma menor economia ou nenhuma economia para o serviço público, para a administração pública — explica o delegado.
Continua depois da publicidade
Alves destaca que a participação de agentes públicos ainda é investigada. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos dentro da prefeitura de Rio do Campo, assim como também na casa e empresas dos investigados do esquema.
Por nota, a prefeitura de Rio do Campo confirma que houve o cumprimento de mandado na sede do município em que “foi requisitado um notebook e uma caixa de arquivo”. Além disso, informa que “uma dessas empresas já prestou serviços no município de Rio do Campo, razão pela qual a investigação realizou a busca para verificar se há alguma irregularidade ou não nessas contratações”. Confira a nota na íntegra abaixo.
O delegado Pedro Alves destaca que há cidades em diversos Estados que foram vítimas do grupo:
— As investigações levadas à frente por meio da 3ª Decor revelaram que esse grupo atuou por bastante tempo, por alguns anos. A gente tem dados desde o ano de 2018 e continua atuando. Ainda tem licitação que até pouco tempo, ano de 2024, que está em andamento, contrato decorrente de licitação que esse grupo havia ganhado, de maneira fraudulenta, e está contratado pelo poder público ainda atuando nos dias de hoje.
Segundo a Polícia Civil, houve o bloqueio judicial de cerca de R$ 1 milhão das contas dos investigados, cinco veículos de luxo, celulares, computadores e documentos. O material poderá servir para restituir o dano gerado às administrações públicas. Além do depoimento das pessoas presas, a investigação deve colher novos indícios que possam indicar mais envolvidos ou detalhes de como o grupo agia, já que ainda não foi possível identificar o lucro de cada um no esquema.
Continua depois da publicidade
Nota da Prefeitura de Rio do Campo
A Prefeitura Municipal de Rio do Campo vem, por meio desta, esclarecer que, nesta manhã, a Polícia Civil esteve cumprindo um mandado de busca em nossas instalações, onde foi requisitado um notebook e uma caixa de arquivo.
O processo ao qual tivemos acesso se refere a uma investigação relacionada a empresas prestadoras de serviços de dedetização e limpeza de caixas d’água que atuaram em vários municípios.
Uma dessas empresas já prestou serviços no município de Rio do Campo, razão pela qual a investigação realizou a busca para verificar se há alguma irregularidade ou não nessas contratações.
É importante destacar que não há nenhuma acusação envolvendo o prefeito Vidal, o vice-prefeito Acacio, ou qualquer outro servidor municipal.
Continua depois da publicidade
A administração reafirma seu compromisso com a transparência e se coloca à disposição do Judiciário para colaborar com as investigações, sempre respeitando as leis e mantendo a seriedade que guia nossa gestão.
Leia também
IMA inicia monitoramento semanal de balneabilidade e amplia coleta em SC
Ponte entre duas cidades de SC, para reforçar turismo e “encurtar” 35 km, terá projeto
Suspeito de assassinar a própria irmã em SC por briga de herança cursava medicina