Os suspeitos de participarem do plano de golpe que incluía previsão de matar o atual presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, aproveitaram-se até de um acidente de trânsito para colocar em prática a tentativa golpista.

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Segundo informações da Polícia Federal, o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, apontado como uma das lideranças do plano, teria agido par esconder a identidade dos militares envolvidos. Uma das estratégias foi usar o nome de uma terceira pessoa para adquirir um chip de celular usado durante as conversas para a trama criminosa. As informações são do portal Metrópoles.

Para esconder a identidade dos militares, o tenente-coronel teria se aproveitado de um acidente de trânsito para obter dados de uma pessoa para a compra do chip de celular. O dono de um escritório de contabilidade Lafaiete Teixeira Caitano se envolveu em um acidente de trânsito com o tenente-coronel Rafael Oliveira — os dois bateram o carro perto de um restaurante na BR-060, em Santo Antônio do Descoberto (GO).

Depois do acidente, a pretexto de encaminhar os processos burocráticos do acidente, o tenente-coronel fotografou a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV). Essas informações foram usadas para habilitar uma linha telefônica em nome do contador no dia 8 de dezembro, uma semana antes do plano de homicídio do ministro do STF.

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Ainda segundo apuração do portal Metrópoles, o verdadeiro Lafaiete Teixeira Caitano disse que só descobriu o uso de suas informações pessoais após receber ligações em razão da divulgação da Operação Contragolpe, nesta terça-feira (19). Em entrevista ao portal, disse estar “com medo” e “sem saber o que pode acontecer”.

A Polícia Federal encontrou a foto da CNH do contador no telefone celular do tenente-coronel. Pelo fato de as pontas dos dedos da pessoa que segurava a CNH estarem à mostra na foto, a PF encaminhou a imagem à perícia. O exame confirmou que as impressões digitais do dedo indicador seriam compatíveis com as do tenente-coronel Rafael de Oliveira.

A investigação concluiu que o verdadeiro Lafaiete não tinha nada a ver com a operação, e teve os dados pessoais usados para a habilitação do telefone celular usado na trama criminosa de 15 de dezembro. A linha aberta no nome do contador aparece em mensagens de um grupo de Whatsapp chamado “Copa 2022”, em que os integrantes trocavam informações sobre o início do plano para sequestrar ou matar o ministro do STF. A maior parte dos integrantes usava apelidos com nomes de países que naquele mês disputavam a Copa do Mundo, no Qatar — entre as mensagens havia codinomes como Áustria, Alemanha, Brasil e Gana.

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