Como a volta do É o Tchan tornou-se um bom negócio para Compadre Washington

O É o Tchan apresenta-se neste domingo no Cafe de La Musique, em Florianópolis. Não, você não leu errado. Aquele mesmo, com Compadre Washington e Beto Jamaica no comando da zoeira. Na véspera do feriado pelo aniversário da cidade. Em uma beach club que “transformou Jurerê Internacional numa praia badalada repleta de jet setters dispostos a muito luxo e requinte“, conforme o site oficial.

A conexão entre um dos grupos de axé mais populares da década de 90 e uma local destinado ao público que paga caro por exclusividade tem origem em um case publicitário. Em fevereiro de 2014, Compadre Washington estrelou o comercial de uma empresa de classificados online. O bordão “sabe de nada, inocente” viralizou, inspirou incontáveis memes na internet, pegou geral.

O termo “ordinária” referindo-se a uma mulher fez com que o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) tirasse a peça do ar e depois revogasse a decisão. A “polêmica” ajudou a promover ainda mais a campanha criada pela agência NBS. Até ontem, o vídeo somava mais de 8,5 milhões de visualizações no YouTube. A anunciante foi absorvida pela concorrente em novembro e deixou de existir. O garoto-propaganda teve melhor sorte.

O É o Tchan havia voltado em 2010, após quatro anos separado, mas fora do Nordeste pouca gente ligava para isso.

– O comercial nos fez galgar alguns degraus. A saudade oculta se revelou. Há a nostalgia da pessoa que tinha cinco anos na época e hoje é adulta, do adulto que quer reviver aquela febre. E o pessoal mais novo fica curioso para conhecer o fenômeno É o Tchan – conta Cal Adam, empresário do grupo desde 1994.

Com a repentina exposição, Compadre Washington não perdeu tempo: lançou uma música inédita chamada Sabe de Nada, Inocente, e iniciou a turnê com o mesmo nome. Deu tão certo que abriu as portas de casas onde até então sucessos do quilate de Melô do Tchan, Dança do Bumbum, Ralando o Tchan e Dança da Cordinha não entravam, como a porto-alegrense Provocateur e a curitibana WS Brazil.

– Observamos os shows recentes do grupo e vimos que fala com todos os públicos e passa por várias gerações – diz Artemio Stefanski Jr., gerente de eventos do Grupo All, responsável pela vinda do É o Tchan à Ilha.

A expectativa dele é de que os baianos representarão um marco para o Cafe de Musique, a exemplo do que aconteceu quando Naldo e Fernando & Sorocaba tocaram por lá. Adam vai mais longe, adiantando que os planos incluem um concurso no Faustão para escolher a nova dançarina do Tchan, o que explica por que as antigas não integram a formação rediviva.

– Nem loira nem morena, apenas uma: a Deusa do Tchan – vislumbra o empresário.

A estratégia já foi usada para selecionar Sheila Carvalho em 1997, Scheila Mello em 1998, Silmara Miranda em 2003 (no programa de Gugu Liberato) e Aline Rosado em 2005 (no Domingo Legal). Assim como as letras de duplo sentido e as coreografias sugestivas que fizeram o grupo superar as 10 milhões de cópias vendidas de 15 discos e três DVDs. Com mais de 20 anos de carreira, quem menos mudou nessa história toda é Compadre Washington.

Agende-se

O quê: festa Sabe de Nada, Inocente, com show de É o Tchan

Quando: domingo (22/3), com abertura da casa a partir das 16h

Onde: Cafe de La Musique (Av. dos Merlins, Jurerê Internacional, Florianópolis)

Quanto: a partir de R$ 80 (fem) e R$ 120 (masc) – pista 2º lote, à venda no Blueticket

Informações: (48) 3282-1325