De acordo com o Sebrae Nacional, a indústria da carne suína brasileira cresceu, entre os anos de 1995 e 2012, 134,7%. A expectativa, ainda segundo a entidade, é de que esta cresça mais 4,9%, mantendo o país em quarto lugar de maior produtor de produtos suínos do mundo.

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Muito desse avanço se deve ao emprego de tecnologias cada vez mais inovadoras no campo. Da digitalização de processos diários de uma granja (racionamento e controle de ração, controle de consumo de insumos e água, etc) até a operacionalização de tarefas como alimentação dos animais. A clara vantagem disso é maior precisão dos dados, maior controle dos lotes, menos força humana empregada e, claro, mais tempo para o produtor.

Tecnologia 5G

Apenas a digitalização de processos aliados ao uso da Internet mostrou melhoras no desempenho e na produtividade das granjas brasileiras. Hoje, Santa Catarina é o quinto estado com maior cobertura de Internet no campo. Segundo dados levantados pelo Censo Agro em 2017 e publicados pela Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca do Estado, Santa Catarina ampliou em 1.313,9% o acesso à internet no meio rural.

agrotech
Tecnologia permite o acompanhamento das produções em tempo real (Foto: Smart)

A compra de insumos online e o acompanhamento do processo de compras são vantagens que a internet trouxe para o campo. Mas, claro, a cobertura e a velocidade ainda são fatores que limitam as possibilidade de automação no campo.

Com maior velocidade e expansão na cobertura, com a chegada do 5G, por exemplo, outros processos de gestão de granja podem ser melhorados: o monitoramento da suinocultura poderá ser feito com inteligência artificial em servidores na nuvem, de qualquer dispositivo com acesso online. Além disso, maior velocidade de conexão permite tecnologias para controle de temperatura, de uso de água e de estações meteorológicas.

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A previsão é que o 5G chegue ao campo brasileiro e em suas áreas mais remota em 2028.

Robô-agro

Outra tecnologia que avança no campo é o robô-agro. Há pelo menos 200 robôs em operação no sul do Brasil.

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Robôs na produção catarinense (Foto: Eliana Panty)

Um deles está na granja de suínos de Inácio Kottwitz, produtor rural da cidade de Pinhalzinho, no Oeste do Estado. Kottwitz aplica em sua granja a suinocultura de precisão, modelo cuja gestão da produção animal se baseia em constante monitoramento e emprego de tecnologias da engenharia de processos. E neste modelo os robôs viraram ferramentas fundamentais.

Um deles é o robô alimentador, o mesmo que o Sr. Inácio tem em Pinhalzinho. Esse robô transporta, todos os dia, cerca de três mil quilos de ração para as baias, de três a quatro vezes por dia, se deslocando por um trilho com sensores. O que antes Inácio precisava de um carrinho de mão e muita força humana para fazer, ele faz apenas com uma planilha com informações nutricionais semanais de engorda do lote, que ele atualiza no painel do robô.

Somente nesse processo de alimentação, no caso de uma granja de mil suínos, o robô poupa pelo menos 8 horas diárias do produtor, que pode utilizar o tempo para observar mais de perto o desenvolvimento dos suínos.

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Esse mercado das agrotechs deve movimentar US$ 23,1 bilhões até o final deste ano, segundo projeção da International Federation of Robotics (IFR). Dos 333 mil robôs de serviços vendidos no mundo, entre 2016 e 2019, 35 mil estão no campo.

Dejetos que viram energia

Além de tecnologias voltadas ao aumento da produtividade na granja, outras também estão preocupadas com a sustentabilidade e diminuição do impacto ambiental. Exemplo disso é a geração de energia elétrica por meio do biogás, especialmente derivados de dejetos suínos.

Países como a China e Índia já usam biogás em larga escala para abastecimento elétrico. É a única energia renovável que transforma rejeitos de produção em ativo econômico. Além de gerar eletricidade, substitui a queima de madeira e, ao ser filtrado, se transforma em em um composto similar ao gás natural (que é de origem fóssil), tornando-se um combustível com mínimo impacto ao meio ambiente.

O aproveitamento do biogás através dos dejetos de suínos auxilia na redução dos gases efeito estufa. Isso, claro, leva a suinocultura ao encontro das tendências mundiais de práticas com menor impacto ao meio ambiente.

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De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), são 40 o número de usinas movidas a biomassa, sendo 14 delas usuárias de resíduo animal.

Em Faxinal dos Guedes, no oeste do Estado, a criação de suínos também serve para o abastecimento de uma dessas usinas. As mais de 3 mil cabeças de uma única granja produzem cerca de 250 mil litros de dejetos que vão parar em sete biodigestores. A energia gerada a partir disso abastece tanto granjas como seu excedente é comercializado com a distribuidora de energia de Santa Catarina, Celesc.

São fatores como este que fazem do agro catarinense referência no Brasil e no Mundo. Saiba mais sobre a produção animal no canal Agro de Valor.