Como a novela Avenida Brasil determina o consumo de eletricidade em SC

Assistir a novela do horário nobre é uma das tradições do catarinense. É só ouvir os primeiros acordes da trilha sonora de Avenida Brasil que tudo para nos lares do Estado. Um dos indicadores deste fenômeno cultural é o consumo de energia, que diminui durante os minutos em que o programa está no ar.

Segundo a Celesc, a queda de consumo diário de eletricidade gira em torno de 5% entre as 21h e as 22h, horário em que a novela costuma ser transmitida. É o mesmo que dizer que 50 mil chuveiros – responsáveis por aproximadamente 30% da fatura de uma residência – são ligados ao mesmo tempo logo depois que cada capítulo termina.

Durante um capítulo de Avenida Brasil, a demanda de energia cai, mas é só a imagem congelar em preto e branco na tela que reaparecem os picos, como se os telespectadores retomassem o ritmo de vida. Esta redução dura quase uma hora e só retoma o ritmo anterior por volta de 21h45min, quando a estatal registra o alto consumo que havia antes.

No capítulo da novela da última terça-feira, por exemplo (veja a arte), enquanto Carminha era humilhada pela ex-sogra Muricy, o craque Tufão pedia perdão a ex-empregada Nina e o ingênuo Adauto rogava à cabeleireira Olenka para ser atropelado, o consumo de energia em Santa Catarina caiu 111,79 megawatts (MW), indo de 2.640 MW para 2.528 MW, conforme o acompanhamento da Celesc.

O exemplo ilustra o padrão de consumo entre segunda-feira e sábado. Ainda de acordo com a estatal, a queda na demanda continua até 22h15min, quando se estabiliza. Durante este período, 150 MW deixam de ser consumidos.

A média foi registrada nas últimas quatro semanas. A Celesc explica que não há como afirmar que toda esta redução ocorre exatamente em função da novela, embora os horários de queda e da veiculação da trama que mobiliza o país coincidam.

O engenheiro Roberto Bez, chefe do Departamento de Operação do Sistema Elétrico da Celesc, conta que as mudanças no consumo de energia também ocorrem em outros eventos televisivos, como quando a Seleção Brasileira entra em campo. Nestes dias a queda é mais abrupta e dura exatamente o tempo do jogo, retomando o consumo logo após o apito final do árbitro.

– A mudança não chega a prejudicar a oferta de energia porque nossa estrutura suporta sem problemas essa oscilação. E colocamos em prática ações que criam folga na capacidade do sistema – explica o engenheiro da estatal catarinense.

Horário de verão ajuda com os picos

A partir do próximo dia 21, os relógios devem ser adiantados em uma hora no Centro-Oeste, Sul e Sudeste, quando começa a valer o horário de verão. A medida, que vigorará até 17 de fevereiro, é mais uma forma de deslocar o horário onde há picos de consumo, entre 18h e 22h. A expectativa da Celesc é que a economia de energia durante estes 116 dias seja de 5%, o que equivale a 160 megawatts.

Essa redução equivale a 75% da carga de consumo em Florianópolis ou 35% em Joinville nas horas de maior gasto energético durante o período do horário de verão. Em relação à redução no consumo de energia, o valor representa aproximadamente o consumo, durante o período da mudança, de um município com o porte de Campos Novos, com 12.663 unidades consumidoras, 9,8% do gasto em Blumenau ou ainda 34,5% do consumo de Lages.

Enredo básico de Avenida Brasil

Para você que sabe tudo sobre taxa Selic, mas não acompanha a novela, um breve resumo:

A história

A jovem Rita/Nina procura a ex-madrasta Carminha, que a abandonou no lixão após roubar o pai da menina, para vingar-se. Os diversos núcleos da trama equilibram personagens suburbanos e da alta classe carioca.

Os protagonistas

Carminha: criada no lixão, ela se especializa em dar golpes. Depois de enganar Genésio, pai de Rita, ela dá o golpe no jogador de futebol Tufão.

Rita/Nina: depois de ser abandonada, ela é adotada e vai para a Argentina. Volta para se vingar de Carminha.

Max: criado ao lado de Carminha, é o amante que a acompanha nos dois casamentos e seu parceiro de crimes.

Tufão: atropela Genésio, casa com Carminha e adota Jorginho, antiga paixão de Rita do tempo do lixão.