O vacilo do PIB brasileiro neste ano, que caminha para novo crescimento abaixo de 1%, e a freada do mercado automotivo não interferem nos planos da BMW para Santa Catarina, mas a inauguração da fábrica em Araquari, inicialmente prevista para 30 de setembro, deve ficar para “outubro ou novembro”, informou ontem o diretor comercial da montadora no País, Martin Fritsches, durante visita à Expointer, em Esteio (RS).
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>> BMW faz esclarecimento sobre fábrica
A planta do Norte catarinense está orçada em 240 milhões de euros e vai produzir, em um primeiro momento, 20 mil automóveis por ano.
Mesmo com o cenário difícil, Fritsches reforçou que a visão da BMW para o Brasil é de médio e longo prazo.
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– Embora o contexto macroeconômico hoje seja diferente ao do período em que decidimos pelo investimento, isso não afeta nossos planos, embora possa adiar o prazo de retorno (tempo estimado para que o investimento comece a dar lucro) – afirma.
O executivo disse que a economia mais fraca faz parte do negócio e confirmou, ainda, os investimentos em obras de infraestrutura e de atendimento à comunidade da região _ iniciativas que a BMW replica nas cidades onde ergue indústrias. Conforme Fritsches, essas obras estão dentro do cronograma.
Espaço para crescer
A indústria automotiva brasileira, como um todo, deverá vender menos neste ano, mas o segmento premium, no qual os veículos da BMW estão inseridos, deve inflar 10%, projeta a montadora. Neste ano, a empresa espera vender 16 mil unidades no País, ante 14,5 mil no ano passado.
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_ Os carros premium não estão sendo tão afetados pela desaceleração do mercado automotivo. Há espaço para o segmento crescer no Brasil, pois ele corresponde a apenas 1,5% do mercado, enquanto em países como China e Rússia, chega a 8% _ afirma o diretor.
A estratégia da BMW para vender mais é ampliar a rede de revendas. Até o final de 2014, deverá contar com 51 unidades. A mais recente delas foi aberta na última segunda-feira, em Joinville. Em 2016, a marca pretende alcançar 70, inclusive em cidades do interior, onde os negócios no campo têm deixado mais dinheiro no bolso de produtores.