Um grupo de franceses, formado por especialistas e representantes políticos do departamento de Charente-Maritime – uma região da França que está entre as que mais produzem ostras no mundo – está em Florianópolis para conhecer áreas de cultivo no sul da Ilha e visitar o Laboratório de Moluscos Marinhos na Barra da Lagoa. Eles chegaram em Florianópolis na segunda-feira e permanecem na Ilha até quinta.
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Os franceses foram recepcionados pelo prefeito em exercício, Tiago Silva. A visita faz parte de um acordo assinado entre a prefeitura da Capital, via Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis (Igeof), e a escola Liceu do Mar e do Litoral, no município de Bourcefranc-le-Chapus, no departamento de Charente-Maritime, na França.
– É muito importante entender como e por que a França virou uma potência mundial nessa área – justifica Everson Mendes, superintendente do Igeof.
Mendes relata que as negociações são realizadas desde o ano passado, quando o prefeito Cesar Souza Junior foi à França conhecer a maricultura. O plano é enviar três maricultores ao país europeu em 2015, onde eles irão fazer cursos de produção e aprender novas técnicas.
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Já a Liceu do Mar e do Litoral também deve encaminhar estagiários a Florianópolis, onde irão estudar a produção.
– Embora o carro-chefe seja a maricultura, a ideia é transcender o acordo e expandir a troca de experiências para o turismo e para outras áreas – diz Mendes.
Franceses querem compreender tempo de produção em SC
Bourcefranc-le-Chapus, onde fica a Escola Liceu do Mar e do Litoral, é uma pequena comuna francesa de 3 mil habitantes. Já La Rochelle fica a cerca de 60 quilômetros de distância da comuna, tem 80 mil habitantes e abriga o porto da região, além de ser a capital do departamento de Charente-Maritime, o maior produtor de ostras do país.
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Atualmente, a França é o país que mais produz ostras na Europa: cerca de 140 mil toneladas por ano, sendo metade apenas em Charente-Maritime. Para comparação, Florianópolis produziu 4 mil toneladas de ostras em 2013.
Jean-Claude Beaulieu, vice-presidente de Charente-Maritime, explica os interesses dos franceses por Florianópolis. Para ele, é importante compreender as diferenças nos métodos utilizados nas duas regiões. Se na França uma ostra leva quatro anos para ficar pronta para consumo, em Florianópolis leva oito meses.
– Também temos um problema de mortalidade bastante sério. Vamos desenvolver um trabalho conjunto com pesquisadores brasileiros e franceses, já que cultivamos a mesma espécie nas duas regiões e, por aqui, este problema não existe – afirma Beaulieu.
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Para o francês, a iniciativa poderia ser intensificada também pelo intercâmbio de universitários e entre a Prefeitura de Florianópolis e a Escola de Hotelaria e Gastronomia de La Rochelle.