Uma comitiva formada por representantes da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina e das polícias Civil e Militar ,foi a São Paulo nesta quarta-feira (10) para acompanhar o caso do desaparecimento de um menino catarinense de 2 anos, encontrado na capital paulista na segunda-feira (8). Com ele, estavam um homem e uma mulher que foram detidos por suspeita de tráfico de pessoas.
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Segundo o governo estadual, a equipe embarcou por volta das 13h. Um psicólogo policial também está na comitiva. Outros detalhes, no entanto, não foram divulgados.
Desaparecimento de menino em SC pode revelar “ponta de iceberg” de esquema de tráfico de pessoas
O menino estava desaparecido desde 30 de abril na Grande Florianópolis e foi encontrado dentro de um carro com Roberta Porfírio e Marcelo Valverde Valezi. As investigações, que estão em sigilo, seguem por parte da Polícia Civil. A suspeita é de que outras duas pessoas também tenham envolvimento no caso.
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O inquérito é conduzido pela delegada Sandra Mara, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami) de São José. Ela explica que a mãe foi induzida a doar a criança.
Conforme a investigação, o homem preso e a mãe do menino teriam se conhecido em um grupo sobre gravidez nas redes sociais após a jovem descobrir a gestação. Desde então, Marcelo tentava convencer a mulher a entregar o bebê. A investigação também busca entender se houve algum tipo de troca financeira durante a doação.
Apesar da suspeita de entrega voluntária, o ato de registrar o filho de outra pessoa como próprio é considerado crime, segundo o Código Penal.
Até esta quarta-feira, a criança permanecia acolhida em um abrigo em São Paulo. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) ingressou com uma ação pedido a transferência dela para São José, onde ela mora.
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“Há que se verificar, com cautela, as reais condições da família de retomar a convivência e os cuidados da criança, no ambiente onde sempre viveu, no Município de São José, daí porque se entende que a medida mais adequada é a formalização do acolhimento em uma das instituições desta Comarca e a transferência da criança em condições adequadas” diz a promotora Caroline Moreira Suzin.
Contrapontos
Fernanda Salvador, que defende Roberta, nega que tenha havido o crime de tráfico de pessoas e que o bebê estivesse desaparecido, já que a mãe teria entregue a criança junto com os documentos. Marcelo não teria viajado para o outro estado, mas intermediado a conversa entre as duas partes.
A advogada relata, ainda, que a mãe teria dito que estava em “cenário de vulnerabilidade, em ambiente tóxico” quando conversou com o casal de São Paulo.
Roberta fez a retirada da criança em Santa Catarina com o carro pessoal. As placas teriam sido adulteradas na saída do Estado, segundo a polícia. A defesa, no entanto, diz que desconhece a informação.
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No fim de semana, Roberta e o marido procuraram a advogada, que os orientou a procurar o Fórum do Tatuapé e entregar o menino.
Marcelo, então, acompanhou Roberta até o local. Os dois estavam no carro onde o bebê foi encontrado, na Zona Leste da capital, na segunda (8), quando foram abordados pela polícia e detidos em flagrante por suspeita de tráfico de pessoas.
Já a defesa de Marcelo afirmou que ele conheceu a mãe da criança há dois anos, quando tinha o interesse de adotar, mas não soube dizer se seria em um grupo de algum aplicativo de mensagens ou em redes sociais.
Ainda segundo as advogadas Laryssa Nartis e Katharine Grimza, na época, o homem foi procurado pela mãe da criança, que tinha o interesse em “doar” o filho. Porém, recentemente, ela teria entrado em contato novamente com ele e alegou que estava passando por problemas. O homem, então, teria indicado Roberta e o marido, que passaram a tratar sobre a adoção.
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Em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente e seguindo nossos preceitos éticos e editoriais, a NSC não identificará a criança que foi levada de Santa Catarina e encontrada em São Paulo.
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