O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim afirmou hoje que atletas e membros das delegações poderão levar Bíblias à Vila Olímpica, desmentindo os rumores sobre uma suposta proibição divulgados pelo jornal italiano La Gazzetta dello Sport neste fim de semana.

Continua depois da publicidade

– A informação é falsa. Teremos um centro de serviços religiosos na Vila Olímpica – disse uma porta-voz do Bocog.

Ainda segundo o comitê, não haverá proibições a Bíblias ou outros livros religiosos nos apartamentos dos atletas, e o jornal italiano não entrou em contato com eles para escrever a notícia. Na última sexta, a Gazzetta dello Sport disse que a China proibiria a Bíblia na Vila Olímpica “por razões de segurança”, e inclusive vetaria que os atletas levassem qualquer tipo de símbolo religioso.

– Tentaremos entrar em contato com o jornal – disse o representante do Bocog.

Em março, o presidente da Igreja Católica Patriótica chinesa recomendou que o comitê forneça Bíblias a seus hóspedes durante os Jogos Olímpicos de 2008, ajudando assim a esclarecer os “mal-entendidos” sobre a política religiosa na China.

Continua depois da publicidade

– Muitos atletas e turistas estrangeiros lotarão Pequim durante os Jogos, a maioria deles com crenças religiosas. Oferecer Bíblias nos hotéis atenderá às suas necessidades – assegurou Liu, líder dos católicos oficiais chineses, que não reconhecem o poder do Papa.

Dentro de sua “limpeza” com vistas aos Jogos Olímpicos, Pequim quer acabar com as críticas generalizadas sobre a falta de liberdade religiosa no país e não se cansou de repetir que este direito está na Constituição, sempre que não viole as leis e que trate de crenças aprovadas pelo Governo.

No entanto, organizações de defesa dos direitos humanos apontam a perseguição a algumas organizações religiosas como o grupo budista Falun Gong, os católicos clandestinos que reconhecem o Vaticano e outras seitas cristãs.