A Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN) – uma organização dissidente, mas tolerada em Cuba – divulgou nesta segunda-feira (11) uma lista de 120 presos “por razões políticas” na ilha, categoria rejeitada pelo governo.
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De acordo com a CCDHRN, liderada pelo ativista Elizardo Sánchez, o total de “120 prisioneiros por motivos políticos, reconhecidos até 31 de maio de 2018”, foi identificado “com o máximo rigor”.
De acordo com o texto, entregue à AFP, 91 são “opositores, ou desafetos do regime”; cinco, ex-militares, ou ex-funcionários; e “24 prisioneiros que estão sendo acusados por empregar, ou planejar, usar alguma forma de força, ou violência, para realizar ‘atos contra a segurança do Estado'”.
Destes 120 prisioneiros, 12 estão condenados à prisão perpétua. O mais antigo atrás das grades é Daniel Santonvenia, que já cumpriu 27 anos na prisão de uma condenação de 30 por participação em um comando armado que tentou se infiltrar dos Estados Unidos.
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O governo socialista de Cuba nega, de maneira categórica, a existência de presos políticos na ilha e aponta que esses detentos foram condenados por crimes comuns, previstos nas leis vigentes.
Entre as acusações pelas quais essas pessoas foram condenadas, o informe da CCDHRN cita atentado, desacato à autoridade, desordem pública, periculosidade social pré-delitiva, multas não pagas e rebelião.
Segundo o texto, a maioria das 120 pessoas mencionadas pertence a algum grupo opositor.
A CCDHRN conta com o reconhecimento da Human Rights Watch, da Anistia Internacional e de outras organizações.
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Na ilha, não há dados públicos sobre a população carcerária e sobre o número de prisões existentes. De acordo com a CCDHRN, haveria em Cuba 70.000 presos reclusos em entre 150 e 180 presídios.
* AFP