A aprovação do projeto de lei 15.620/2013 em segunda votação na semana passada, na Câmara de Vereadores de Florianópolis, vem causando controvérsias. De autoria do vereador Marcos Aurélio Espindola, o Badeko (PSD), o texto aumenta o número de praias liberadas para a prática do surfe durante a temporada da tainha em Florianópolis.

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– Nos sentimos traídos e lesados. A Câmara de Vereadores nos traiu por não ter nos avisado sobre a votação – disse o pescador Laurentino Benedito Neves, o Xinho.

Xinho integra a equipe Saragaço da Barra da Lagoa, responsável pela maior quantidade de tainha pescada neste ano. Nesta terça-feira, dia 27 de outubro, ele participou de uma comissão de pescadores que teve encontro com o secretário de Pesca, Maricultura e Agricultura, Roberto Katumi Oda. E ficou satisfeito.

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– Fomos bem recebidos e ficou acertado que ele vai intermediar uma reunião com o prefeito Cesar Souza Junior na semana que vem, para ele entender bem a história. Os vereadores também vão segurar o projeto para rever erros que estão em desacordo com a lei – comemorou Xinho.

Mas o surfista Tiago Carriço de Oliveira, integrante da Associação de Surfe da Joaquina, não concorda com a intenção dos pescadores. Tiago salienta que o texto da nova lei foi baseado num protocolo de intenções construído por consenso entre as duas entidades: pescadores e surfistas. Por isso, os surfistas também pretendem fazer uma reunião na Comissão da Pesca da Câmara de Vereadores para que seja seguido o combinado inicial.

– A lei 15.620/2013 passou por três audiências públicas, com a presença de representantes das duas entidades, pescadores e surfistas, e é muita mais justa que a antiga lei – pondera Tiago.

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A reportagem tentou falar por quatro vezes com o secretário Roberto Katumi Oda por telefone ontem à noite, após a reunião com os pescadores, mas não conseguiu contato.