Edla Maas Kaestner não perdia a oportunidade de chamar seu par e adentrar o salão. Dançavam onde podiam e por fim receberam o convite para integrar uma equipe que representou Jaraguá do Sul em jogos da terceira idade. Foram quatro anos conquistando medalhas. Quando o companheiro de Edla faleceu, há três anos, ela se retirou das pistas de dança. Pouco mais de um ano depois, porém, um convite fez com que ela retornasse, mesmo sem par.
Continua depois da publicidade
:: Leia mais notícias de Jaraguá do Sul ::
É na nova modalidade, a dança coreografada, que a senhora de 77 anos reencontrou parte da alegria de mexer o corpo. Em grupo, os passos são ensaiados e interpretados e, neste fim de semana, ganham espaço durante os Jogos Abertos da Terceira Idade (Jasti). Edla é parte da comissão formada por 49 atletas que representam Jaraguá do Sul nos jogos, que ocorrem de 16 a 20 de maio em Criciúma. O embarque ocorreu às 13 horas de ontem, rumo ao Sul do Estado. Em sete categorias – bolão, bocha, dominó, canastra, truco, dança coreografada e dança de salão -, eles buscam mais que medalhas, mas um momento de diversão, amizade e valorização.
Gerente de assistência básica no Centro de Convivência de Jaraguá do Sul, Fabiane Karsten conta que a participação nos jogos abertos é mais um incentivo para a valorização dos idosos que fazem parte dos programas ofertados no local.
Continua depois da publicidade
– Eles voltam realizados, independentemente de medalha.
Para o casal Ida Amalia e Reinaldo Schroeder, ambos de 73 anos, é esta a sensação. Ela gosta da valsa e do xote, ele prefere apenas o xote, mas foi na dança coreografada, em grupo, que eles encontraram seu nicho de apresentações. Pelo segundo ano, eles integram o grupo de dançarinos que representa a cidade. Não é só a oficina de dança, porém, que os atrai para o Centro de Convivência. Ida frequenta o espaço pelo menos três vezes por semana em busca das aulas de artesanato, ginástica e outros cursos. Após um ano sem atividades devido a uma cirurgia, é no espaço que ela encontra força e alegria. E é na viagem que tudo se soma.
– É muito importante estar aqui, é saúde, é vida, é coragem – sorri ela.
Casal medalhista
Marlise Correia, 64, e Darci Correia, 65, são outros membros da comissão jaraguaense. O casal dedica-se há anos ao bolão e arremata medalhas por onde passa. Ele joga há cerca de 25 anos. Ela, seguindo o gosto do marido, há 20. Pela quinta vez nos Jasti, o casal, que também representa Jaraguá do Sul nos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), viaja com expectativa de boas colocações. Porém, Darci já enxerga as dificuldades aumentando: para ele, a cada ano os competidores são melhores e aumentam sua técnica.
Não é apenas para os torneios, porém, que o jogo existe para eles. O dia a dia do casal é permeado pelo bolão, que surge em treinos ao longo da semana, encontro com amigos e jogos nos clubes dos quais fazem parte. As viagens, porém, sempre são valorizadas – especialmente pela motivação que trazem aos idosos. A amizade é reforçada, novas pessoas são conhecidas, a diversão é garantida.