A Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu nesta segunda-feira pedir ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, esclarecimentos sobre as denúncias reveladas pela imprensa de que assessores da Pasta atuam em um suposto esquema de extorsão de dinheiro para liberação de recursos a organizações não governamentais.

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Lupi tem 10 dias para prestar os esclarecimentos solicitados. Segundo o presidente da comissão, Sepúlveda Pertence, trata-se de um procedimento preliminar, que servirá de base para análise da conjuntura.

– Fala-se ali (nas reportagens) em recebimento de propina. É preciso primeiro colher as informações da autoridade, depois ver se nos caberá ou à outra autoridade do sistema de ética apurar as acusações feitas a outros servidores – disse.

Durante a reunião da comissão nesta segunda-feira, foi julgado o processo de desvio ético do ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci pelo episódio de locação de um imóvel cujo dono, segundo denúncias da imprensa à época, seria uma empresa de fachada em nome de um laranja. Por esse episódio, Palocci foi condenado à censura ética. A censura ética, porém, não tem valor prático.

Não impede, por exemplo, que ele assuma nenhum novo posto no governo. Apenas faz constar em sua ficha de funcionário a “punição” – aplicada a quem já deixou o governo. Se ainda estivesse no posto, sofreria “advertência” e poderia receber uma recomendação de demissão.

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Ideli evita comentar denúncias

A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, evitou falar nesta segunda sobre a situação do ministro do Trabalho que estava presente na reunião de líderes aliados com a presidente Dilma Rousseff. Ela disse que o tema não foi discutido no encontro.

Citou apenas que os ministros têm obrigação de prestar esclarecimentos e informar as providências que são tomadas com uma fiscalização mais eficiente. Lembrou o decreto assinado por Dilma em relação às ONGs e disse que todos os ministros têm de estar atentos a estas orientações.

– Vamos tocar o país – declarou a ministra, desconversando.