Precisando trocar pelo menos 70% dos pontos de ônibus existentes na cidade, a Prefeitura de Joinville está correndo atrás de R$ 18 milhões para construir 1.550 novos abrigos.

Continua depois da publicidade

O valor faz parte de um levantamento feito por uma comissão especial criada no fim de maio para fazer um levantamento da situação dos abrigos dos pontos de ônibus na cidade. Coube a este grupo, que contém representantes da Seinfra, do Ippuj e do Ittran, definir como serão as novas estruturas. Agora, a administração municipal busca recursos em financiamentos do PAC para viabilizar as melhorias.

Para definir o custo dos novos abrigos, foram definidos dois modelos. A proposta da comissão é de que todos os pontos de ônibus sejam cobertos, com bancos para os passageiros que aguardam o veículo e com iluminação própria. A diferença entre os dois projetos será de que alguns terão a parte traseira do abrigo fechada, recebendo mapas de Joinville e até mesmo propagandas, enquanto outros pontos serão abertos.

O custo médio de cada ponto está estimado em R$ 15 mil – R$ 9 mil para a construção do abrigo e R$ 6 mil para a calçada, que será refeita contemplando o que seria o tamanho de um ônibus. Hoje, Joinville conta com três mil paradas de ônibus, metade tem abrigo. A ideia do governo é chegar a duas mil unidades com abrigo.

Continua depois da publicidade

Embora ainda não tenha certeza de quando poderá realizar as obras, parte do recurso virá por meio de uma emenda do deputado estadual Kennedy Nunes (PSD), que garantiu R$ 2,5 milhões para o projeto.

– Estamos definindo os últimos detalhes e vamos pesquisar fontes de financiamento. Mas não há chance de esse recurso vir a fundo perdido (não precisa pagar). E é obra fundamental para melhorar o transporte – explica Vladimir Constante, presidente do Ippuj e coordenador da comissão especial que analisou os abrigos.

Enquanto não há recursos para a construção das novas estruturas, a Seinfra mantém uma equipe responsável por reparos nos pontos.

Continua depois da publicidade

Desconforto e dificuldades para pedestres

Na rua Albano Schmidt, uma das mais movimentadas de Joinville e com várias linhas de ônibus importantes da zona Leste, um dos pontos perto da Curva do Nereu não tem banco. Além disso, a estrutura foi instalada colada em um bar e não há espaço suficiente para a passagem dos pedestres na calçada.

Ali, Tatiane Pedrelli e Helena Rodrigues aguardavam o ônibus em direção ao terminal Tupy encostadas na estrutura de ferro que sustenta a cobertura, sem nenhum conforto.

Na zona Norte, o aposentado Sebastião de Melo e a neta dele, Tainara Rodrigues de Almeida, se revezavam para dar colo ao pequeno João Vitor, de quatro meses. Aos 75 anos, Sebastião precisa ajudar a neta, que ia do bairro Jardim Paraíso ao Centro da cidade.

Continua depois da publicidade

– Este ponto de ônibus precisava ter pelo menos um banco para a gente esperar sentado – afirmou o aposentado.

Modelo atual cria problemas aos moradores

Basta passar pelas ruas do trajeto do transporte coletivo para perceber que, embora em condições de uso, a maioria dos pontos está bastante desgastada. Há três tipos predominantes: de madeira em enxaimel, coberto com telhas de cerâmica; plataformas metálicas com telhados curtos e também de metal; e coberturas de amianto sobre estruturas de metal e madeira.

Em dias de sol, a falta de bancos é o principal problema. Nas ruas próximas ao Centro, os modelos mais comuns são os de madeira, que protegem melhor contra a chuva. Quase todos têm bancos e é difícil encontrar algum sem telhado.

Continua depois da publicidade

Nos bairros, são mais comuns os de telhado de amianto e sem qualquer base pavimentada. Nestes locais, quase não há bancos e, em dias de chuva, a lama se forma em volta dos pontos.

Confira galeria de imagens de pontos de ônibus em situação precária em Joinville