Uma Comissão pode decidir se os catarinenses continuarão no “canto sublime de glórias e luz” a cada vez que forem exaltar Santa Catarina. Por uma emenda da Assembleia Legislativa (Alesc), oito representantes de órgãos estaduais especializados darão o veredicto sobre a manutenção ou mudança do atual hino de SC. O grupo também terá autoridade para delegar a decisão à população, por meio de um plebiscito. Dessa Comissão, três nomes foram definidos na semana passada. Após a formação completa – que deve ocorrer até o fim deste mês -, o grupo terá 90 dias para dar o parecer sobre a música solene.
Continua depois da publicidade
Se for decidida a mudança só da letra de Horácio Nunes ou de toda a música, será feito um concurso público, aberto a inscritos de todo o país. Os trabalhos de elaboração, regulamentação e aprovação do novo hino ficarão a cargo da Comissão e deverão ser concluídos em um ano. Caso não haja modificação, o grupo vai analisar medidas de tornar o atual hino de SC popular, sendo mais tocado em escolas, eventos esportivos e culturais.
A proposta da Alesc tem como ponto de partida um projeto de 2010, de autoria de Gilmar Knaesel. O deputado diz que a canção atual, de uma “poesia inquestionável, de grande beleza de tons”, não caiu no gosto popular. Ele mesmo garante que só sabe a primeira e última estrofes, que demorou para decorar. Para ele, esse debate é uma questão de valorização do Estado e de cidadania, com uma abrangência maior do que as pessoas pensam.
Você acha que o hino deve mudar?
Continua depois da publicidade
– Já ouvi dizerem que tem coisas mais importantes para serem decididas, e claro que tudo é importante. Mas me espelho nos estados vizinhos, em que o hino é idolatrado. Aqui, ninguém sabe cantar. O hino deve nos representar, ser um dos símbolos nossos – afirma. Knaesel, no entanto, defende que o veredicto sobre a manutenção ou alteração da música solene deveria ser dado pela população, por meio de um plebiscito promovido com recursos da Alesc.
Porém, após tramitação na Comissão de Constituição de Constituição e Justiça no ano passado, foi estipulada a emenda que retirou essa etapa, em decorrência da alta verba que poderia exigir. No projeto de Knaesel, não se especificou quanto o plebiscito com os cerca de 4,5 milhões de eleitores do Estado poderia custar aos cofres da Assembleia. No ano passado, para a realização de um plebiscito para decidir sobre a divisão do Estado do Pará, que tem aproximadamente 300 mil a mais de eleitores do que SC, foram necessários R$ 19 milhões.