O ex-jogador de futebol Jackson Michel Rezner, 25 anos, encerrou a carreira profissional em 2010. Agora, no lugar de jogar bola, está vendendo artigos esportivos em Jaraguá do Sul. Recém-contratado para trabalhar em uma loja de calçados e esporte, com base na projeção de aumento das vendas de fim de ano, ele pretende permanecer na empresa no ano que vem.
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Assim como o jogador que virou vendedor, o comércio de Jaraguá do Sul abriu pelo menos 400 vagas esse ano. O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Jaraguá, Neivor Bussoralo, explica que as vagas no setor existem o ano inteiro, mas com o aquecimento das vendas no fim de ano surgem novas oportunidades.
– Os lojistas não querem mais contratar por um período curto como era feito. Estão optando por pessoas com perfil para serem efetivadas – garante.
Ainda assim, estatísticas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que 2012 foi um ano ruim quando o assunto é criação de empregos no comércio varejista de Jaraguá.
Até outubro, foram criadas apenas 12 vagas – resultado da diferença entre admissões e demissões. No mesmo período de 2011, o número foi bem maior: 232. Ainda que o comércio em geral tenha se mostrado no ano anterior e em 2012 o terceiro maior empregador na cidade, repetindo uma tendência histórica ao ficar bem atrás da indústria, o saldo mostra um ano difícil para o setor, já conhecido pela rotatividade alta.
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Mas a CDL acredita que haverá emprego no fim do ano para quem estiver disposto a se destacar e ficar na área. O que pode ocorrer, segundo Neivor, é do comerciante contratar pessoas a mais para o período e ficar com apenas uma parte dos funcionários contratados.
– Se estão precisando de três e aparecer cinco, os cinco são contratados e depois que passar o movimento do fim de ano, são escolhidos os três que mais se destacaram. Emprego tem de sobra – avisa.
É o caso de Jackson.
– Estou me esforçando para alcançar as metas e permanecer na empresa no ano que vem. Gosto de interagir com as pessoas e a maioria dos produtos que ofereço eu conheço, porque sou do meio esportivo – destaca o vendedor.
A contratação de Jackson é a nova tendência do comércio. No lugar de contratar funcionários temporários, os lojistas dão preferência para pessoas que queiram permanecer no comércio.
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Direitos do trabalhador
A presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio, Ana Roeder, explica que os direitos são iguais para todos os funcionários, como pagamento de horas-extras, 13º salário, férias e um dia de descanso semanal.
Na convenção assinada em outubro, também ficou estabelecido que todos os vendedores terão direito a duas horas de almoço (sendo que apenas uma pode ser revertida em hora extra) e15 minutos de lanche antes do horário excedente. O pagamento do lanche deve ser feito pelo comerciante – que deverá ser no mínimo um x-salada e um refrigerante médio ou a quantia de R$ 15.
– Gostaria de enfatizar que os lojistas devem ser honestos com seus funcionários e pagar tudo que tem direito. Ele (funcionário) já se sacrifica essa época do ano quando não pode ficar com a família – constada.