A crise financeira atual provocará a primeira queda no comércio internacional em 27 anos, afirmou neste sábado o presidente do Banco Mundial (Bird), Roberto Zoellick. Segundo ele, os problemas no mercado de crédito já causaram uma “impressionante” retração no comércio global, que deve atravessar 2009. Durante o encontro do G-20, em São Paulo, Zoellick observou que a crise de crédito global provocou uma grande lacuna nos financiamentos para o comércio.

Continua depois da publicidade

– O Banco Mundial vai expandir sua linha de financiamento em US$ 1,5 bilhão para ajudar a diminuir essa lacuna – afirmou.

Zoellick considera que os países desenvolvidos terão uma participação determinante para a resolução da crise financeira atual. O presidente do Bird disse ainda que reformas no sistema financeiro global, incluindo melhora na regulação, serão implementadas nos próximos dois anos. No entanto, ressaltou que o preço a ser pago por uma melhor regulação financeira será a perda de empregos.

– O processo de ajuste significará redução de empregos em muitos países – disse.

Saiba mais sobre a crise:

Continua depois da publicidade

Expansão fiscal

O Banco Mundial propôs também neste sábado a expansão fiscal como alternativa para amenizar os efeitos da crise financeira internacional. Zoellick, elogiou os ajustes feitos nas economias emergentes, mas disse que, agora, os governos devem gastar, especialmente nas áreas social e de infra-estrutura.

Com relação a um dos principais temas da reunião, que é a regulação dos mercados financeiros, Zoellick, que participou de todos os debates do encontro neste sábado, relatou que praticamente todos os países concordaram que é necessário algum tipo de regulação.

O dirigente, no entanto, considera difícil que os países concordem em repassar esta responsabilidade para um órgão supra-nacional, como proposto recentemente pela Holanda e também sugerido, em ocasião anterior, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O encontro do G-20 reúne até o domingo os ministros da área econômica e os presidentes de bancos centrais, e é preparatório para a reunião dos chefes de Estado, no próximo dia 15, em Washington.

Continua depois da publicidade