Comércio eletrônico deve movimentar R$ 35 bilhões neste ano

O comércio eletrônico está em ascensão e quem pensa em colocar seu produto no mercado internacional por meio de vendas on-line vai encontrar consumidores acostumados a adquirir roupas, calçados e acessórios.

Estes são os produtos mais comprados na internet, segundo dados da Modern Spice Routes, PayPal e Nielsen. Os negócios envolvendo esta categoria somaram

US$ 12,5 bilhões em 2013.

Itens de saúde e beleza movimentaram US$ 7,6 bilhões, enquanto eletrônicos de uso pessoal, US$ 6 bilhões.

No Brasil, o comércio eletrônico apresenta números ascendentes. Segundo o relatório Webshoppers/e-bit, o setor faturou R$ 16 bilhões no primeiro semestre de 2014, superando o mesmo período de 2013, com crescimento nominal de 26%.

O faturamento neste ano deve chegar a R$ 35 billhões e alcançar 104 milhões de pedidos no comércio eletrônico brasileiro.

A categoria moda e acessórios lidera o número de pedidos no e-commerce (18%), seguida de cosméticos e perfumaria (16%) e eletrodomésticos (11%).

As compras on-line em sites brasileiros foram realizadas por mais de 50 milhões de consumidores em 2013 e a previsão é de chegar a 63 milhões de e-consumidores únicos – aqueles que já fizeram pelo menos uma compra em site nacional – até o final de 2014.

O ambiente virtual deve prever uma boa navegação em tablets e celulares. O faturamento das transações realizadas por dispositivos móveis no Brasil dobrou no primeiro semestre de 2014 em comparação com o mesmo período do ano passado.

A pesquisa também mostrou que 57% dos consumidores são mulheres, na faixa etária de 35 a 49 anos (39%). Os homens acompanham a mesma faixa etária. Os consumidores das classes A e B respondem por 64% do comércio eletrônico, enquanto as das classes C e D representam 25%. Trata-se de um contingente que pode ser bem explorado por todas as empresas, até mesmo pelas menores.

Bom negócio

O setor de e-commerce está de olho nas micro, pequenas e médias empresas. Elas já são quase 6 milhões no Brasil e respondem por 25% do produto interno bruto (PIB), mas quando o assunto é comércio eletrônico, os especialistas percebem um grande espaço de desenvolvimento.

Somente 18% das MPEs têm website e apenas 14% contam com loja online, segundo dados do portal de negócios entre empresas brasileiras e internacionais B2Brazil.com.

Se uma minoria está bem estruturada para atuar no e-commerce, levar os produtos ou serviços para outros países é um desafio ainda maior. O sócio e diretor do B2Brazil.com Alexandre Martins diz que o mercado internacional deveria estar sempre no horizonte do empreendedor.

– Existem grandes demandas em outros países, portanto, o empresário pode destinar parte da produção para o exterior – afirma.

Quando realiza um trabalho internacional consistente, a empresa torna-se menos dependente dos rumos da economia interna e ganha em produtividade e eficiência, pela necessidade de atender às exigências de outros mercados, e essas mudanças refletem positivamente nos negócios dentro do Brasil também, explica Martins.

Para quem quer dar o primeiro passo, o gerente de contas do PayPal Brasil, André Faria, enfatiza a necessidade de entender onde o produto pode ser competitivo e compreender as regras internacionais relacionadas aos documentos aduaneiros, direitos e impostos.

Órgãos como Sebrae, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e serviços como Exporta Fácil Correios são boas fontes de informação para o empreendedor.

Realidades distintas

Cada país apresenta particularidades que influenciam o comércio local. Quem souber tirar o melhor proveito delas, vai vender mais.

Um aliado na busca de dados internacionais é o portal de acesso gratuito Passport (https://www.paypal-passport.com/pt), que acaba de ser lançado em português em evento realizado nesta semana em São Paulo.

A diretora do PayPal, Melissa O?Malley, dá um exemplo de como é importante ficar atento ao calendário. Na China, o Dia dos Solteiros, comemorado em 11 de novembro, deve ultrapassar os US$ 10 bilhões em vendas neste ano, segundo projeção do governo norte-americano.

A movimentação chega a incomodar o e-commerce da famosa Black Friday norte-americana, ação de vendas que ocorre anualmente logo após, na última sexta-feira de novembro.

Outro cuidado apontado pelo diretor-geral do PayPal para a América Latina, Mario Mello, diz respeito aos procedimentos para efetivação do negócio online. Segundo ele, as transações são abandonadas principalmente no momento do pagamento.

Para que os consumidores confiem que o pagamento será tratado de forma segura, ele aconselha desenvolver procedimentos fáceis, em moeda familiar e que ofereça métodos de acordo com a preferência do cliente.

CONFIRA O GUIA PARA VENDER NO EXTERIOR

Alguns cuidados são essenciais para quem quer atuar com comércio eletrônico internacional. Confira quais são neste guia preparado pela empresa de pagamentos digitais PayPal:

Financiamento

Várias agências apoiam e financiam exportadores. Algumas fontes para obter informações: International Trade Administration (órgão do governo norte-americano responsável por apoiar o comércio exterior); Trade Information Center (órgão do governo norte-americano que fornece informações sobre o comércio exterior); Small Business Administration – Office of International Trade (departamento de comércio exterior do órgão do governo norte-americano para o apoio à pequena empresa).

Site

Para ser atraente aos consumidores no exterior, destaque a capacidade de sua empresa em aceitar encomendas internacionais, ofereça conteúdos em outras línguas, liste os produtos na moeda local e ofereça informações claras sobre o transporte, custo e países envolvidos.

Marketing e vendas

Amplie o marketing doméstico para uma audiência global. Reforce o website com ferramentas de pesquisa e comunicação direta com os gestores do negócio.

Pagamentos

Desenvolva uma etapa de pagamento fácil, em moeda familiar e que ofereça um método preferido por seu cliente.

Entrega

Os clientes potenciais de outros países querem ter a certeza de que as mercadorias pagas serão entregues e de que possam ser facilmente devolvidas, caso ocorram imprevistos. Se as preocupações desses consumidores são atendidas proativamente, eles estarão mais dispostos a comprar.

Atendimento ao consumidor

É essencial considerar a tradução para o idioma local. Tenha certeza de que as políticas de retorno/devolução sejam claras para transações internacionais.

Regulamentos

Para auxiliar as autoridades aduaneiras a entender os conteúdos, valores e propósito de embarques, é necessário preencher certos formulários. Informações para formulários específicos dos EUA podem ser encontradas no site http://usps.com ou visitando o site da Organização Mundial de Aduanas (www.wcoomd.org). Direitos e impostos podem ser cobrados ao consumidor para determinados itens. É importante assegurar que os consumidores compreendam as informações sobre pagamentos de tributos.

*A repórter participou do lançamento do Portal Passport, em São Paulo, a convite da companhia PayPal.