Um assalto por dia. É nesse ritmo que pontos comerciais de Joinville foram alvos de roubos no primeiro semestre do ano, segundo dados da Secretaria do Estado da Segurança Pública com base em boletins de ocorrência. São ações que envolvem violência, uso de arma ou alguma forma de ameaça contra as vítimas.

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Já os furtos, que normalmente ocorrem na ausência dos comerciantes e não envolvem violência, passam de dois casos por dia. Aí entram ocorrências como arrombamentos ou produtos levados sorrateiramente numa bolsa, por exemplo. Somados, os casos de furto e de roubo contra o comércio em Joinville alcançam a média de uma ação a cada sete horas.

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O comparativo do primeiro semestre deste ano com o mesmo período do ano passado revela poucas mudanças: as ocorrências de furtos se mantiveram no mesmo patamar, enquanto os assaltos caíram 13,5%. Na tentativa de baixar essas estatísticas, a Polícia Militar aposta numa cartilha de segurança com orientações voltadas especialmente aos comerciantes.

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Ela foi organizada pela Secretaria da Segurança Pública, por meio da Diretoria de Segurança Cidadã (DSC) com autorização do Conseg- Conselho Comunitário de Segurança do Centro de Florianópolis.

Lojistas e lideranças comunitárias também participaram da produção. A cartilha já passou a ser distribuída em outras regiões do Estado e será divulgada a partir desta quinta-feira em Joinville, com o apoio da CDL e também da Polícia Civil. Por meio de desenhos e dicas práticas, o material procura minimizar as oportunidades de os criminosos agirem.

A polícia defende a tese de que, antes de entrar em ação, os bandidos levam em consideração o esforço para praticar o crime, o risco de ser identificado ou preso, além da recompensa a ser obtida. As orientações são divididas entre os ambientes internos e externos da loja, e envolvem desde o posicionamento das câmeras de vigilância até a disposição das mercadorias nas prateleiras.

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Um dos pontos mais reforçados da cartilha diz respeito à visibilidade do comércio. Locais encobertos por toldos, acúmulo de mercadorias ou portas escuras, alerta a cartilha, podem dar ao ladrão a certeza de que não será percebido. Assim, deve ser dada preferência a vitrines e fachadas mais visíveis, que permitam a visão do que ocorre dentro, desde que bem protegidas por grades ou portas sanfonadas.

Lojista defende ações conjuntas

A iniciativa de se distribuir uma cartilha de segurança, assim como outras ações de proteção aos comerciantes, é vista com bons olhos pelo empresário José Manoel Ramos, dono de duas lojas de roupas em Joinville e vice-presidente do Sindilojas. Mas a ação, avalia o comerciante, não basta para trazer mais segurança ao setor se não for acompanhada de outras frentes.

-Isto dá algum resultado porque leva as pessoas a tomarem cuidados, se cercarem de mais segurança, abrindo mão cada vez mais da liberdade. Mas vejo como um paliativo porque o problema é estrutural. Segurança pública é uma engrenagem ligada ao Judiciário, às polícias, à educação, às famílias e ao sistema prisional – opina.

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As lojas da família, diz José, não escaparam das estatísticas. Há três semanas, a unidade do Centro foi invadida após ter a tranca arrombada. O mesmo já havia acontecido há dois meses. Duas semanas atrás, foi a vez de a unidade da zona Sul ser invadida após a vidraça ter sido quebrada. Em todas as ações, os criminosos pegaram o dinheiro do caixa em poucos segundos.

-Temos alarme, que dispara. Temos câmeras, que gravam as ações. Mas isto só impede que os bandidos ajam por mais tempo – alerta.

O que traria mais tranquilidade aos lojistas, conclui o empresário, seria o reforço no efetivo da PM em Joinville, que tem seu contingente reduzido desde a década de 1980.

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AÇÕES CONTRA O COMÉRCIO (1º semestre)

2015

Roubos – 178

Furtos – 438

2014

Roubos – 206

Furtos – 434

Fonte: SSP/SC (boletins de ocorrência da Polícia Civil)