A economia brasileira desacelerou no segundo semestre do ano passado e enfrenta dificuldades para retomar o rumo do crescimento, o que será reforçado com a divulgação, nesta sexta, dos números do PIB do primeiro trimestre.

Continua depois da publicidade

Uma honrosa exceção é o setor do varejo, que passa ao largo da crise e mantém o otimismo de que a segunda metade de 2012 será muito melhor. Um exemplo disso é que a intenção de compras das famílias catarinenses subiu 11% na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo pesquisa da Fecomércio-SC. A impressão foi reforçada no Fórum dos Personalidades de Vendas da ADVB/SC, que reuniu boa parte do PIB catarinense nesta quinta.

Premiado nesta edição, Jaimes Almeida Junior, presidente do Grupo Westfield Almeida Junior, acredita que as medidas do governo federal para incentivar o consumo vão surtir efeito – a menor taxa básica de juros da história, corte de imposto para carro, manutenção de isenção de IPI para a linha branca e facilitação do crédito.

Os negócios do empresário, dono de cinco shoppings no Estado, entre eles o Continente Park, que será inaugurado em setembro, em São José, na Grande Florianópolis, devem crescer de 12% a 14% este ano.

Ele também ressalta que o maior patrimônio do Brasil é o mercado consumidor, formado por 140 milhões de pessoas. E que SC é mais privilegiada porque concentra grande fatia da classe B, consumidores que compram acima da média nacional.

Continua depois da publicidade

O otimismo é compartilhado pelo presidente das Lojas Koerich, Antônio Koerich. O grande desafio do momento, diz ele, é enfrentar a concorrência, muito mais agressiva em tempos de economia desaquecida.

O presidente da Havan, Luciano Hang, é outro que segue em ritmo acelerado. A rede planeja chegar às 50 lojas este ano, contra 36 no ano pasasdo (alta de 39%). Hang diz que sentiu recuo no faturamento neste primeiro semestre, efeito, segundo ele, do impacto negativo de notícias sobre a crise europeia na confiança do consumidor.

Outros setores demonstram menos otimismo. O presidente do Conselho de Administração da Marisol, Vicente Donini, cobra mudanças estruturais de longo prazo e não incentivos pontuais concentrados no setores de linha branca e nas montadoras.