O comércio de rua de Florianópolis demorou mais tempo para abrir nesta segunda-feira em função da greve no transporte coletivo, que começou à 0h e está prevista para durar 24 horas. A Câmera de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis estima uma queda de, no mínimo, 80% no movimento.
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No calçadão da Rua Felipe Schmidt e no Mercado Público, no Centro, as primeiras lojas e boxes abriram as portas por volta de 9h, como habitualmente, mas o atraso na chegada de funcionários fez com que o comércio começasse a funcionar mais tarde.
Como a paralisação estava anunciada desde a noite da última quarta-feira, muitos comerciantes já previam um começo de semana fraco nos negócios. A CDL emitiu na última sexta-feira um comunicado a seus 3,1 mil associados orientando sobre a possibilidade de greve.
Cada lojista negociou o quadro de horário e esquema de transporte com seus funcionários. A entidade também solicitou ao Ministério Público, junto com outras entidades (FloripAmanhã, ACIF e Sinepe), que fiscalizasse o cumprimento de frota mínima durante a greve, sob pena de multa.
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Prejuízo em São José
Em São José, na Grande Florianópolis, a situação também está complicada, com paradas de ônibus lotadas, bastante movimento no trânsito e prejuízo para o comércio. O empresário de oficina mecânica Valdoir Duarte teve que buscar oito funcionários em casa para conseguir atender os clientes.
– Mesmo buscando os funcionários, a empresa tem prejuízos, pois todos chegaram atrasados devido ao trânsito intenso; ao meio dia será preciso levar almoço até a empresa; e depois levar cada funcionário em casa, ao término do expediente – declara.
Caso não pudesse buscar os funcionários, Duarte acredita que teria 65% das vendas prejudicadas.
>>> GALERIA DE FOTOS: greve nos ônibus provoca transtornos para passageiros na Grande Florianópolis
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Fique atento ao serviço para tentar driblar os trantornos:
:: Ônibus municipais em frota mínima
– Se a lei for cumprida, 70% da frota funcionará nos horários de pico
– Serão 331 ônibus circulando das 6h30min às 9h e das 16h30min às 20h30min.
– 30% da frota nos horários de entre pico
– 138 ônibus circulando entre 0h e 6h29min, 9h01min e 16h29min, e das 20h30min à 0h.
:: Fiscalização
– Os fiscais de terminal da prefeitura vão verificar o cumprimento do quadro de horários.
– Em caso de descumprimento, a prefeitura vai acionar a procuradoria do Ministério Público Federal do Trabalho para tomar as medidas jurídicas cabíveis.
:: Serviço de Transporte Especial
Funcionamento:
— Cinco bolsões de transporte alternativo serão criados na região central de Florianópolis.
— A frota, de 430 veículos, será composta por ônibus, micro-ônibus e vans já cadastrados pela prefeitura para turismo e transporte escolar.
— Nos bairros, os passageiros vão embarcar e desembarcar nos pontos de ônibus. Os terminais de integração estarão fechados.
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:: Regiões atendidas
– Área central, Continente, Norte da Ilha, Leste da Ilha e Sul da Ilha.
:: Percurso
– Os veículos vão percorrer o mesmo trajeto do transporte coletivo e estão orientados a parar em todos os pontos de ônibus que tenham passageiros.
:: Preço da passagem
– R$ 4 para a área central da cidade, que vai do Centro ao Norte, até o Floripa Shopping, ao Leste até o Itacorubi e ao Sul até o aeroporto.
– R$ 5 para as outras regiões.
:: Horário de circulação
– Das 5h às 20h.
– Após esse horário, os veículos só vão circular se houver demanda.
Fonte: Secretaria Municipal de Transportes, Mobilidade e Termina

Sobre a greve:
Em assembleia feita na noite deste domingo os trabalhadores do transporte público da Grande Florianópolis mantiveram a decisão de paralisar as atividades a partir da 0h desta segunda-feira. A paralisação deve durar 24 horas. Uma nova reunião no fim da tarde desta segunda-feira discute os rumos do movimento. Na quinta-feira, em três assembleias, a categoria já havia decidido pela greve.
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O encontro deste domingo – em que compareceram cerca de 2 mil trabalhadores – foi marcado depois que as empresas propuseram ganho real de 2% diante do pedido de 5%. Além disso, eles ofereceram reajuste no vale-refeição, de R$ 380 para R$ 410.
Como não propuseram nada sobre a redução da carga horária de 6h40min para 6h, a maioria dos trabalhadores decidiu manter a decisão.
O que querem os trabalhadores
::: Aumento salarial com base no INPC e mais 5%.
::: Redução da jornada de trabalho de 6h40min para 6h, sem redução salarial.
O que diz o Setuf
::: A diminuição da carga horária é inviável, pois exigiria a contratação de mais funcionários, e as empresas não podem arcar com o custo, que teria impacto no preço da passagem.
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::: A prefeitura já sinalizou que não vai mais autorizar aumento de tarifa.
Em mapa, veja onde ocorreram transtornos com a greve:
Visualizar Paralisação do transporte urbano de Florianópolis em um mapa maior