O comércio de rua de Florianópolis terá suas atividades liberadas a partir da próxima segunda-feira (20), com regras regulamentadas em decreto assinado nesta sexta-feira (17). O setor hoteleiro também volta a funcionar, porém, a partir da próxima quarta-feira (22). O anúncio foi feito pelo prefeito Gean Loureiro em transmissão ao vivo nas redes sociais.
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A decisão foi tomada após 30 dias de severas restrições na capital catarinense, no momento em que o "município tem uma logística de guerra pronta para o enfrentamento", disse o prefeito. Segundo o administrador municipal, a aquisição de materiais, o treinamento de profissionais da área e a postura adotada pela população, em relação ao enfrentamento da doença, permitem a liberação dos serviços.
– Nossas decisões são embasadas totalmente em estudos e dados de uma equipe de saúde altamente qualificada. Ninguém toma decisão por pressão de algum setor ou por outro motivo – comentou Loureiro.
As regras estipuladas no decreto levam em conta o número de pessoas por atendente e a distância mínima exigida dentro dos estabelecimentos, bem como, o uso obrigatório das máscaras, medida essa, que já vigora.
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Segundo explicou o prefeito, a regra determina que seja liberado para entrar na loja apenas um cliente para cada funcionário e num espaço de 4m² por pessoa. Quem estiver sem máscara – funcionário ou público – não poderá acessar o estabelecimento, sob pena de multa ou interdição da loja.
Em relação aos hotéis, as regras serão ainda mais rigorosas. Segundo Loureiro, será permitida a estadia de uma única pessoa por quarto. Entre os critérios estipulados, também há orientação para que se hospedem nos espaços somente quando "for necessário". Dessa forma, viagens a trabalho são permitidas e de turismo, não.
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Os supermercados também entraram para lista de anúncios. Gean Loureiro já havia antecipado em outra transmissão ao vivo sobre a determinação de obrigatoriedade dos supermercados no controle de temperatura em todos os clientes que entram no estabelecimento. Nesta sexta-feira, no entanto, estipulou a data. A medida passa a valer a partir do dia 27 de abril, em todos os estabelecimentos do ramo alimentício com mais de 1 mil metros quadrados.
Tomada de decisão
Antes mesmo de fazer o anúncio sobre a liberação das atividades, Gean Loureiro esclareceu quais foram os pontos avaliados pela equipe da prefeitura. Segundo ele, foram três pontos:
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– número necessário de equipamentos de proteção individual para profissionais da saúde (100 mil aventais, 3,7 milhão de luvas, "milhares" de máscaras N95 e 20 toneladas de álcool em gel);
– uso da máscaras obrigatório, que foi aderido pela população ainda enquanto recomendação;
– e os 35 mil testes adquiridos por Florianópolis não se limitou entre testes PCR (10 mil) e rápidos (25 mil).
Durante a fala, Loureiro ainda mencionou os respiradores instalados nas três Unidades de Pronto Atendimento de Florianópolis e o preparo recebido por profissionais de saúde das UPAs para manuseio dos ventiladores mecânicos.
– A letalidade em Florianópolis é de 1,1%, uma das menores do Brasil. São dados e estatísticas que, combinado com a estrutura hospitalar do nosso município, permitem uma tomada de decisão melhor – afirmou.
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Alô Saúde
O prefeito de Florianópolis também falou sobre o balanço do atendimento do Alô Saúde, programa que permite aos moradores da Capital fazer a triagem da doença e tirar suas dúvidas sem sair de casa. A ação ocorre através de um telefonema para um número gratuito (0800-333-3233).
Desde que foi lançando, em 16 de março, foram atendidas mais de 40 mil ligações, informou Loureiro. Dessas, seis mil eram de pessoas com algum sintoma de coronavírus e, portanto, deixaram de ir até um posto de saúde, o que evitou contágio entre as pessoas que realmente estavam infectadas e as pessoas que apresentavam algum sintoma, mas não tinham contraído a doença:
– Um programa que já estava previsto para Florianópolis, estava entre nossos projetos de campanha. Demoramos três anos para instalar, mas que ficou pronto no momento certo, no momento em que a cidade precisava. Controlamos a curva de crescimento de contágio com o programa – concluiu Loureiro.