Comércio aberto no final do ano fatura alto em Blumenau

Talvez uma quinta-feira de abril ou início de maio. Era o que parecia ontem, pela manhã, o Bairro Itoupava Central. Ao menos julgando pelo clima ameno e o movimento nas ruas. Mas as portas fechadas de alguns comércios lembravam que estamos no período que provavelmente mais divide opiniões entre os comerciantes: os dias úteis entre Natal e Ano-Novo. Os estacionamentos cheios mostravam que quem abriu tinha motivos para comemorar.

E assim foi na Panificadora Sonho Meu. A estratégia da proprietária Zoleide Ribeiro de Lima foi abrir enquanto os concorrentes estavam fechados. E deu certo. Na segunda e terça-feira o movimento foi normal para dias de feriado.

Na quarta-feira, quando muita gente voltou a trabalhar e viu os locais habituais de almoço fechados, a clientela recorreu à padaria de Zoleide. Ela estima um crescimento de 40%. Ontem, precisou reforçar o estoque para dar conta da demanda e agora revê os planos para semana que vem:

– Nossa intenção era fechar no Ano-Novo. Mas o movimento foi muito bom e agora acho que vamos abrir.

>>>Confira os restaurantes e padarias que ficam abertos neste final de ano<<<

A decisão de abrir ou não cabe a cada comerciante, explica o presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (Sihorbs), Richard Steinhausen. Apesar disso, o sindicato incentiva a abertura. Para Steinhausen, ter opções de alimentação abertas faz bem à cidade e ao próprio comércio. Blumenau continua uma cidade movimentada mesmo no fim de ano e os restaurantes têm a chance de conquistar novos clientes.

Alguns justificam o fechamento por falta de clientes – especialmente os que atendem funcionários de empresas que neste período entram em férias coletivas – ou por falta de funcionários, explica o presidente do Sihorbs:

– Muitos dizem que os funcionários faltam nesta época e que preferem fechar do que fazer um atendimento ruim.

Nos restaurantes e lojas do Empório Vila Germânica, sobram motivos para abrir as portas. Proprietário do Bier Vila e presidente da Associação dos Lojistas da Vila Germânica, Valmir Zanetti conta que os restaurantes e lojas estão cheios tanto de turistas quanto de blumenauenses, de manhã à noite.

– Não é mais possível pensar como há 20 anos, quando Blumenau era essencialmente industrial. Hoje a cidade tem foco muito forte em serviços. Não para mais como antes. Quem abre esta época não se arrepende e quem não abre, precisa repensar isso – afirma Zanetti.

Pizzaria contrata temporários para dar conta da demanda

O aumento de 30% na demanda faz com que a Pac Pizza contrate mão de obra temporária para atender aos pedidos. O sócio-proprietário Jean Carlo Branco Girardi conta que é preciso aumentar a equipe em 15% para manter o atendimento da pizzaria que trabalha com entregas. Segundo Girardi, o objetivo principal é atender aos clientes fiéis, mas aproveita para conquistar novos.

– O desafio é fazer o pessoal vir para o trabalho. Muita gente fica tentado em permanecer na praia ou fazer alguma outra coisa que não seja trabalhar. Se alguém não vier, faz falta. Por isso investimos numa política de benefícios – conta Girardi.