Após fortes chuvas e alagamentos atingirem Joinville nos últimos dias, comerciantes da região central da cidade relatam frustrações com a queda nas vendas e dificuldades em bater as metas projetadas para as vendas de Natal, causando prejuízo financeiro para o setor.
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Uma delas é Laiane de Oliveira Vieira, de 33 anos, gerente de uma loja de variedades. Ela ressalta que a situação diminuiu o fluxo de clientes que, inclusive, reclamaram pelas redes sociais, já que a região costuma alagar em dias de chuva.
No último sábado (17) o estabelecimento chegou a fechar ao meio-dia, antes do previsto, para liberar os funcionários. Além disso, ela cita o trabalho e tempo para limpar a calçada e fachada da loja após os estragos e o receio das pessoas em se deslocarem ao Centro, já que o terminal também alagou e, com isso, concentra o fluxo nos bairros.
— Só isso já causa prejuízo — explica.
Outro comerciante atingido é Luiz Vinícius Simionato, 23 anos, vendedor de uma loja de roupas. Ele diz que, se comparada com a última semana antes do Natal de 2021, as vendas caíram neste ano. O motivo é a maior quantidade de chuva e alagamentos.
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— Temos as metas e, até o momento, não atingimos 50% do esperado. As pessoas não transitam, precisamos limpar o local e até medo de transmissão de doenças — reclama.

Quem também lamenta a situação é o gerente de uma loja de varejo, Kaue Ferreira Maciel, 28 anos. De acordo com ele, as expectativas de vendas do estabelecimento estavam sendo alcançadas, porém, as enchentes inverteram o cenário.
— O impacto foi grande. Não posso falar que não foi. Foram pelo menos dois dias que perdemos movimento de venda numa semana decisiva de Natal — desabafa.

Segundo o gerente, a loja fatura cerca de R$ 50 mil por dia e, com os alagamentos, foram R$ 100 mil de prejuízo.
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Comerciantes pedem melhorias
Atingidos economicamente pelos alagamentos, os comerciantes da região central dizem ser necessário que a cidade tome medidas para evitar que a situação se repita com a atual frequência.
Para Luiz, Joinville precisa melhorar a estrutura de escoamento da água na região.
— Para que não chegue a acumular água, para escoar simultaneamente — reflete.
Já para Kaue, a prefeitura deveria aumentar o número de galerias e a espessura de bueiros no Centro da cidade, já que as enchentes não acontecem apenas com a chuva, mas também em dias de maré alta.

Procurada pelo AN, a prefeitura de Joinville, por meio da Secretaria de Infraestrutura Urbana, afirma que realiza periodicamente a limpeza de bocas de lobo e rede de drenagem para melhorar a fluidez da água.
Porém, historicamente, a região central de Joinville sofre influência da maré. Por esse motivo, conforme a prefeitura, quando o pico de maré é alto, ou quando coincide período chuvoso e maré, podem ocorrer pontos de alagamento.
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CDL mantém expectativas positivas
Em contato com a reportagem, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Joinville diz que as fortes chuvas em dezembro deixaram os comerciantes apreensivos. Apesar disso, a entidade ainda espera que o varejo colha bons resultados com as vendas deste Natal
Em Joinville, a expectativa é que as vendas sejam até 9% maiores que em 2021.
Ainda conforme a CDL, o fechamento de vias não prejudicou a entrega de mercadorias e os lojistas estão com seus estoques garantidos.
— Como grande parte dos consumidores acaba deixando para fazer as compras nos últimos dias, estamos confiantes que, com a melhora do tempo, vamos superar os dias de prejuízos com as chuvas — opina José Manoel Ramos, presidente da CDL Joinville.
Nesta sexta-feira (23), as lojas de rua ficarão abertas até as 22h e, no sábado, até às 15h. Nos shoppings, as lojas comerciais funcionam até as 16h de sábado.
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