Comerciantes despejados do Mercado Público de Florianópolis farão feira para vender estoque

O comerciantes retirados da Ala Norte do Mercado Público da Capital terão uma chance para tentar vender as mercadorias que sobraram nas lojas. A prefeitura vai organizar uma feira entre os dias 2 e 31 de dezembro, no Terminal Cidade de Florianópolis, para que as lojas possam diminuir seus estoques.

Na casa do comerciante Carlos Artulino Pereira, 15 mil peças de roupa, dentro de caixas e sacos, ocupam espaços nos corredores, salas, quartos e cozinha. O estoque que agora ocupa a casa do ex-proprietário de uma loja na Ala Norte foi aumentado em junho, quando já começa a preparação para o Natal:

– Passamos o ano inteiro empatados, só ganhamos dinheiro de verdade nas festas de fim de ano. Nos tiraram antes do Natal, aí matam o ano do comerciante – diz Carlos.

Além de ter um incômodo em casa, Carlos também tem contas a pagar: rescisão de empregados, honorários de advogados e o estoque encalhado – uma parte sequer foi paga. Para ele, o Natal ajudaria a amenizar a situação. O superintendente do Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis (Igeof), Everson Mendes, explica que foi justamente por conta da situação em que os comerciantes ficaram que a prefeitura decidiu fazer a feira.

– Vamos fechar uma das plataformas do terminal e fazer uma feira até 31 de dezembro. Não se trata de mudar de lugar os comerciantes, é uma chance para eles reduzirem o estoque que restou das lojas – conta Everson.

Para Carlos, a ação vai ajudar, mas ele crê que não conseguirá vender todas as 15 mil peças nos 30 dias de feira. O futuro do ex-comerciante ainda é incerto. Ele diz não saber se vai tentar montar uma nova loja ou desistir.

– Fui vítima daquele incêndio de 2005 e tive um prejuízo que ultrapassou os R$ 100 mil, mas dessa vez parece que o baque foi maior. Ninguém acreditava que iriam retirar a gente – conta Carlos.

Everson explica que a retirada aconteceu antes do Natal por conta de uma decisão judicial. Ele afirma que a prefeitura estava ciente dos problemas que os comerciantes teriam com a saída antes do fim de ano.

– No início eles estavam relutantes em fazer a feira, mas agora uma comissão se organizou e vamos realizar.

O superintendente afirma que ainda não tem detalhes sobre a feira, mas acredita que entre 50 e 70 comerciantes retirados da Ala Norte vão participar. Eles devem trabalhar em horário comercial, em estandes montados na plataforma mais próxima à Rua Antônio Luz.