Comerciante morre durante assalto a relojoaria em Itajaí

Com a voz embargada e contendo as lágrimas, Orlando Floriani, 52 anos, custa a acreditar no que acaba de ouvir. A curiosidade fez o morador do Bairro São Vicente, em Itajaí, procurar saber o motivo do aglomero na Avenida Campos Novos, por onde passava por volta de 12h30min de quinta-feira. Entre os moradores com semblantes assustados, pôde enxergar uma faixa de isolamento na frente da pequena, mas popular relojoaria da localidade. De um desconhecido, ficou sabendo que o dono do comércio, Edson Luiz Amorim, 45, morrera durante um assalto.

– Era meu amigo, sempre arrumava meu relógio. Era um cara do bem. É muito triste – lamentou.

Não fosse o susto que terminou em tragédia, esta quinta-feira seria mais um dia de trabalho na Relojoaria Amorim. Perto do meio-dia, três assaltantes, um deles armado, surpreenderam o relojoeiro com dois tiros. Um atingiu a parede, o outro o comerciante.

De acordo com a Polícia Militar, Amorim trabalhava sozinho no estabelecimento. No momento em que os bandidos entraram no local, o comerciante estava na barbearia, que fica na porta ao lado da relojoaria. Ficou ali por poucos minutos. Quando voltou, encontrou os três dentro da loja. O grupo teria se assustado com a chegada do proprietário e reagido a tiros.

Após os tiros, os assaltantes saíram da loja e fugiram em duas bicicletas. A vítima ainda tentou persegui-los, percorreu 60 metros até cair e morrer em frente ao prédio onde fica uma videolocadora. As manchas de sangue na calçada viraram sinônimo de medo para os comerciantes do bairro.

Amorim era casado e pai de duas crianças. O comerciante morava com a família no Loteamento Portal, Bairro Espinheiros, em Itajaí. Logo depois do crime, uma tia do comerciante foi até a relojoaria. Chocada, ela não quis conversar com a imprensa.

Suspeitos do crime seriam adolescentes

Até quinta-feira à noite, os suspeitos de matar o comerciante continuavam soltos. A Polícia Civil investiga o caso, mas os trabalhos seguem em sigilo, conforme o delegado Celso Pereira de Andrade.

Uma câmera de monitoramento da Polícia Militar instalada na Avenida Campo Novos poderá ajudar a identificar os três assaltantes. À polícia, testemunhas contaram que os suspeitos aparentavam ser adolescentes, dois homens e uma mulher. Ainda não se sabe o que foi levado da relojoaria pelos suspeitos.