O comerciante Gilmar Kosloski, de 40 anos, registrou no domingo um boletim de ocorrência acusando policiais militares de abuso de autoridade. Ele conta que tinha acabado de chegar com a família na lanchonete Veneza e, por volta das 17 horas, chamou a atenção dos policiais que estavam dentro de uma viatura sem o cinto de segurança.

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A viatura voltou e pediu para Gilmar repetir o que disse. Desta vez ele falou mais alto o que teria provocado a fúria dos policiais. Eles algemaram o comerciante e levaram para a Delegacia da Comarca. Cerca de 50 pessoas estavam na lanchonete e presenciaram a ação dos policiais.

No caminho e na delegacia, segundo Gilmar, os policiais deram socos e coques e diziam “nós somos a lei e podemos andar sem cinto”.

– Já são dois dias que não consigo dormir. Nunca fui preso e essa foi a maior humilhação que passei na minha vida – relata.

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De acordo com Gilmar, quando a esposa chegou na delegacia, por volta das 19 horas, com seus documentos, os policiais ficaram sabendo que ele era comerciante. Imediatamente as algemas foram retiradas e o tratamento passou a ser diferente do anterior.

– Nenhuma pessoa precisa passar pelo que eu passei. Vou entrar em contato com o meu advogado e tomar todas as providências cabíveis – garante.

Na delegacia, além do boletim de ocorrência, Gilmar foi orientado a procurar o Instituto Médico Legal (IML) para fazer o corpo de delito. Como o IML está fechado, o comerciante não conseguiu realizar o exame. Em contato com a assessoria de imprensa do Instituto Geral de Perícias (IGP) foi comunicado que o IML não entrou em recesso nesse fim de ano e trabalha em esquema de plantão e sobreaviso.

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CONTRA-PONTO

A relações públicas interina do 14º Batalhão de Polícia Militar, tenente Naíma Amarante, informa que a denúncia ainda não chegou no batalhão, mas assim que for recebida será aberto um processo administrativo para investigar o caso. A tenente disse também que, se comprovado o abuso, o 14º Batalhão da PM não compactua com o comportamento dos PMs e a orientação sempre foi de usar o cinto de segurança.