Do otimismo ao ceticismo. A opinião de alguns dos principais comentaristas do Grupo RBS sobre a contratação de Forlán varia bastante. Enquanto alguns falam de uma contratação histórica, outros preocupam-se com o efeito que a chegada de uma estrela pode ter no ambiente do vestiário colorado. Confira o que Luiz Zini Pires, Diogo Olivier e Nando Gross pensam sobre a chegada do atacante

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Luiz Zini Pires, colunista de Zero Hora:

É uma contratação espetacular. Talvez a maior contratação da história do Inter. Nos últimos dias, o nome do Internacional apareceu em todos os jornais do mundo associado ao Forlán. Mas ele não é simplesmente um jogador para o marketing. No campo, ele já provou que é bom. Foi uma contratação muito boa e, pelo que eu sei, uma contratação barata. O Inter não teve que investir 10, 15 milhões de euros por ele.

Ele joga da linha do meio-campo para frente. É um jogador de mobilidade e com um arremate muito bom, mas ele também pode servir de garçom, tem o passe para servir o atacante. Acho que ele vai jogar ao lado do Damião. Se o Oscar ficar, acho que ficaria um quarteto com Oscar, D´Alessandro, Forlán e Damião, um quarteto que talvez nenhum outro time do Brasil tenha.

Diogo Olivier, colunista de Zero Hora

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Eu tenho um pouco de receio com este tipo de contratação grandiosa, não foi assim que o Inter conseguiu construir esse time vencedor dos últimos 10 anos. Tem que ver como ele está, mas eu não entro muito nessa empolgação.

Se existe uma coisa que fala a favor dele é o fato de ele ser uruguaio. Os uruguaios tem uma relação toda especial com o futebol, encaram de uma maneira diferente. O Forlán jogou a decisão de terceiro lugar da Copa lesionado. Ele já estava negociado com a Inter, mas mesmo assim fez questão de jogar. Essa vontade é algo que pode fazer a diferença.

Eu vejo o Forlán se encaixando neste 4-2-3-1 do Inter, atuando como um dos três meias. Ele pode jogar centralizado ou pelos lados, já que nesse sistema os jogadores não guardam muito a posição.

Acho que a questão mais difícil será harmonizar o vestiário. Isso não é uma crítica a alguém, o jogador é um ser humano como qualquer outro. Chega um jogador que é mais paparicado e recebe mais atenção da mídia, isso pode causar algum problema.

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Nando Gross, comentarista da Rádio Gaúcha:

Acho que é uma das maiores contratações da história do futebol no Rio Grande do Sul. O Rio Grande do Sul nunca contratou um jogador que tenha conquistado a Bola de Ouro dois anos antes. Eu comparo um pouco com o que o Flamengo fez, trazendo o Romário em 1995, depois de ele ter sido o melhor da Copa de 1994. Há também a questão de o Inter não estar trazendo um jogador do leste europeu ou de um mercado secundário da Europa. É alguém que vem de um grande clube, que é o principal jogador da melhor seleção da América.

Se o Inter ficar com o Damião, eu vejo o Forlán como uma espécie de segundo atacante. Eu tiraria o Dagoberto do time nessa situação. Se o Damião sair, eu acredito que o Inter possa ser um time nos moldes de uma Espanha ou de um Barcelona, sem uma clara referência na frente. Nesse caso, o Forlán seria o jogador mais avançado, mas não atuaria necessariamente de costas para o gol.