Após a não indicação de árbitros brasileiros para a Copa das Confederações, os comentaristas e ex-árbitros Leonardo Gaciba, Renato Marsiglia e Carlos Simon analisaram o mau momento da arbitragem brasileira.

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Confira as opiniões:

Por que não há um árbitro brasileiro entre os indicados?

Gaciba: É o critério da neutralidade, o Brasil está na competição. O Japão tem representante porque a Ásia tem poucas opções de elite.

Marsiglia: As primeiras opções não passaram em nenhum teste físico da Fifa. Não se pode comparar o Ricci com estes que foram escolhidos. Falta experiência para ele, não tem nome internacional, nem currículo.

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Simon: A Fifa usava um critério de não trazer árbitros dos países participantes. Nessa competição, quebrou o critério trazendo um árbitro do Japão.

A não indicação de um brasileiro indica uma crise na arbitragem brasileira?

Gaciba: Não. Eu consideraria crise se não houvesse ninguém indicado para os outros mundiais. O Sandro está indicado para o Sub-20.

Simon: Eu não diria crise, mas estamos passando por um processo em que as críticas são muito veementes. Está faltando olhar com atenção a arbitragem e a comissão.

Quais os principais problemas da arbitragem brasileira?

Gaciba: O problema que existe não é na arbitragem brasileira, é mundial. A Fifa quer árbitros no ápice da experiência e da forma física. Os mais antigos não estão aguentando a exigência física.

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Marsiglia: Não. Isso é muito pontual, é pouca coisa para gerar crise.

Simon: Tem de profissionalizar a arbitragem e acabar com o sorteio. E formar uma comissão com pessoas representativas da arbitragem.

A arbitragem brasileira precisa passar por uma reformulação?

Gaciba: Eu não curto muito essa filosofia mundial, e a arbitragem brasileira está tendo de se adaptar. Os talentos natos a gente está perdendo.

Marsiglia: Teria que haver uma mudança de estrutura muito grande. As federações são autônomas. É quase utópico que um país tão distinto possa uniformizar.

Simon: Sem dúvida. É preciso ter uma escola nacional de árbitros e uma filosofia única em todos os Estados. E definir um número menor de árbitros para cada campeonato.

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Essa é a pior safra de árbitros do Brasil nos últimos tempos?

Gaciba: Está encontrando dificuldades. O nível da arbitragem é um reflexo do futebol brasileiro como um todo. Só que pedir paciência para árbitro é diferente de pedir paciência para jogador.

Marsiglia: Nós passamos por um fosso muito grande. Sempre tivemos um grupo de árbitros muito forte. Tá faltando qualidade e quantidade. Tem o aspecto político também, que não ajuda em nada.

Simon: Não diria safra. Está passando por um período vago desde 2010. Não se tem uma grande referência. Temos qualidade, mas tem de ser trabalhada.

Sandro Meira Ricci tem realmente chances de ser confirmado na Copa do Mundo?

Gaciba: Não tenho dúvida que ele será confirmado. Só se ele tiver um problema físico muito grande.

Marsiglia: Vai ter que participar mais da Libertadores e da Sulamericana. Se não apitar os Mundiais sub-17 e sub-20, está fora. Só se o Brasil fizer pressão. Mas a situação está bem difícil.

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Simon: Se eu tivesse de apostar todas as minhas fichas, hoje apostaria todas no Sandro.