Cerca de 70 alunos se enfileiravam no auditório do Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires, em Joinville, na manhã de ontem. Com olhares inquietos, a expectativa das crianças ia além de conhecer os novos colegas de classe neste início de ano letivo. Agora eles terão que se acostumar com a escola baseada na disciplina e no civismo.
Continua depois da publicidade
Instalada junto às dependências da Escola de Educação Básica Osvaldo Aranha, as aulas da instituição iniciaram na tarde de ontem com duas turmas de 6º ano. No período da manhã, a unidade estadual continua oferecendo ensino médio regular para os estudantes matriculados.
A qualidade do ensino oferecida pelo colégio militar foi o que motivou o subtenente da Polícia Militar, Samuel Antonio dos Santos a procurar uma vaga para o filho, João Vitor. Com a obediência às regras e à valorização da disciplina, o PM acredita que o filho terá um futuro promissor. Apesar do interesse do pai, a matrícula só ocorreu porque o garoto demonstrou bastante interesse em iniciar os estudos na instituição.
— Eu fiz cursos de formação e aperfeiçoamento no Centro de Ensino da Polícia Militar durante anos, conheci a estrutura. Acredito que será uma experiência muito construtiva para a educação dele – diz o subtenente.
Os primeiros dias de aula servirão para os alunos se ambientarem à nova rotina, conhecer o regulamento e o funcionamento da instituição. O cotidiano dos estudantes do Colégio Militar será diferente das unidades regulares de Joinville. Na hora da chegada à escola, um militar – que tem a função de monitor – irá observar se os estudantes estão com cabelo cortado, a roupa passada, os sapatos em ordem e se tem boa saúde. Fora isso, outras atividades ainda devem ser incluídas no dia a dia, como cantar o Hino Nacional antes de entrar em sala e aprender a ordem unida.
Continua depois da publicidade
Segundo o tenente coronel Hélio César Puttkammer, diretor do colégio, deve acontecer uma melhora no rendimento dos estudantes porque o aproveitamento escolar acontece devido ao cumprimento das regras. O que diferencia a unidade de outras escolas é a importância aos valores, principalmente a disciplina, o respeito e a hierarquia e os aspectos relacionados ao civismo.
Ainda conforme o tenente coronel, a intenção é que com o passar dos anos as turmas do Colégio Militar sejam ampliadas. A partir deste ano, a escola Osvaldo Aranha não irá mais receber matrículas. Com a formaturas das turmas antigas, novas classes serão abertas para o Colégio Militar, até que todo o prédio seja totalmente ocupado pela unidade.
— A nossa expectativa é que novas disciplinas sejam incorporadas até gradativamente atingirmos o Ensino Médio — afirma o diretor.
Dos 70 matriculados, 24 são filhos de policiais e bombeiros militares e de profissionais civis da PM. As outras vagas foram preenchidas para a comunidade em geral, por meio de sorteio. Uma das alunas sorteadas é a pequena Nicole Cardoso Silva. Acompanhada da mãe, Marcia Cardoso, a menina estava ansiosa para conhecer os novos professores e colegas de classe.
Continua depois da publicidade
— Eu estou nervosa, mas não vejo a hora de começar as aulas. Acho que vou aprender bastante coisa para o meu futuro, porque quando eu crescer quero ser juíza — almeja a menina.
O quadro de funcionários da escola não é o mesmo da Escola Osvaldo Aranha, que funciona no prédio pela manhã. Segundo Puttkammer, a direção do colégio será formada por militares, além de 17 civis – sendo 11 professores e seis pessoas da equipe pedagógica. Para o restante das escolas estaduais de Joinville, as aulas iniciam nesta quinta-feira.