Começou às 9h desta quarta-feira (24), no fórum de Palhoça, na Grande Florianópolis, o julgamento de três integrantes de uma facção criminosa, denunciados pelo Ministério Público, pelo homicídio de um casal. O crime ocorreu em 2017, quando as duas vítimas foram esfaqueadas e queimadas ainda vivas. O plenário deve ouvir 16 testemunhas e a previsão é de que o julgamento dure pelo menos dois dias.

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Luciano e Silva, Deivid Henrique Mariano e Evandro de Lima Soares foram denunciados por homicídio, sequestro, ocultação e vilipêndio de cadáver, corrupção de menores e organização criminosa. Os crimes foram motivados porque os suspeitos, integrantes de uma organização criminosa, de acordo com o MP, suspeitaram da lealdade das vítimas.

No ano passado, outros dois réus já foram julgados pela participação nos crimes e condenados a 71 e 47 anos de prisão em regime inicial fechado. Os crimes hediondos tiveram também a participação de ao menos dois adolescentes.

  Expectativa é que o julgamento dure ao menos dois dias
Expectativa é que o julgamento dure ao menos dois dias (Foto: Gabriel Lain/ Diário Catarinense)

Relembre

Na noite do dia 19 de novembro de 2017, um casal, Thuane Gonçalves da Cruz e Rudimar Muller, foi abordado pela polícia de Palhoça e em seguida liberado, pois não tinham nada ilícito em seu poder.

Segundo denúncia do MP, Deivid e Sidnei Valmir Silveira de Melo, que ocupa o cargo de "disciplina" da facção criminosa, desconfiaram, devido à rápida liberação, que o casal havia delatado as atividades ilícitas da facção. Além disso, Rudimar e Thuane supostamente teriam curtido uma foto na rede social de um componente de facção rival, o que desagradou os acusados.

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Foi então que, com auxílio de Maicon Franca Taube, Luciano e Silva e Evandro de Lima Soares deram início ao sequestro e homicídio do casal. Na mesma noite, Rudimar e Thuane foram inicialmente levados à casa de Sidnei, e depois transferidos à casa de Deivid, onde foram interrogadas e submetidos a "intenso sofrimento". O interrogatório foi gravado para servir de base para o julgamento pelos demais integrantes da facção.

Na noite seguinte, após ordem das lideranças da facção, Rudimar foi levado até um terreno baldio no Bairro Aririú, em Palhoça, onde foi atingido por diversos golpes de facão e, em seguida queimado ainda vivo. Em seguida, levaram Thuane até uma estrada isolada no Município de Águas Mornas e mataram-na da mesma forma.

Os suspeitos ainda fizeram vídeos com os cadáveres comemorando as execuções.