Quatro dias após o controle do incêndio no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, gaviões e urubus sobrevoavam nesta segunda-feira a área queimada na Baixada do Maciambu, em Palhoça.
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Um indício de que a queimada, além de ter devastado 920 hectares de terra (equivalente a 920 campos de futebol), estimados pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma), deve ter deixado muitos animais mortos.
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Também na segunda-feira, a Polícia Militar Ambiental e a Fatma começaram a se organizar para fazer o levantamento das perdas do parque. O presidente da Fatma, Murilo Flores, fará um sobrevoo na tarde de terça-feira junto com a PM sobre o local atingido para fazer um diagnóstico mais detalhado da situação.
– Precisamos verificar qual foi exatamente a área devastada, o que existia ali, os mananciais, tipos de vegetação e animais. Essas informações serão fundamentais para estabelecer o plano de recuperação. Nesta semana espero estar com esse estudo concluído – afirma Flores.
Conforme a Polícia Militar Ambiental, os animais com mais dificuldade de fugir são tartarugas, cobras e tatus. Já bichos mais habilidosos, como cachorro-do-mato, têm maior facilidade de fuga. Mas, até esta segunda, nenhuma equipe tinha entrado na área afetada para investigar a situação.
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O fogo começou antes das 19h de terça-feira da semana passada e só foi controlado totalmente às 22h de quinta-feira. Os primeiros focos foram na Passagem do Maciambu. Segundo o chefe da unidade de gestão do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, Alair de Souza, a única certeza que se tem é de que o incêndio foi provocado.
– Começou em vários focos separados. As chamas não poderiam ter se propagado, dessa forma, naturalmente – destaca Souza.
Há a suspeita de que moradores teriam queimado a área para melhorar as pastagens dos bois. A outra suspeita, de que dois homens de moto teriam ateado fogo, foi descartada.
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– Não identificamos o possível autor, nenhuma informação fechou, nem da placa da moto denunciada – diz o comandante da Polícia Militar Ambiental, Leibnitz Martinez Hipólito.
Recuperação
O chefe da maior unidade de conservação do Estado explica que em um ano a vegetação rasteira se recupera. A maior preocupação é com as mais avantajadas, como as árvores.
Será preciso mais de 10 anos o ecossistema se aproxima do que era antes da queimada. O tamanho da área atingida deixa dúvidas. Na semana passada a Fatma informou uma área de 70 a 100 hectares e, no final da tarde de quinta-feira, corrigiu para 700 hectares, que teriam passado para 920 hectares com o avanço do foco de incêndio até a noite do mesmo dia.
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Essa área total, corresponde a um terço do espaço do trecho do parque na Baixada do Maciambu. Toda a extensão da reserva tem 90 mil hectares.