Há quatro anos, desde que a quebra do banco Lehman Brothers fez o planeta mergulhar numa crise global, o Fórum Econômico Mundial realizado em Davos, na Suíça, tem debatido soluções e alternativas, sem conseguir definir um rumo.
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Mesmo não tendo papel orientador de políticas internacionais, o encontro anual, cuja edição 2012 começa nesta quarta-feira, sempre foi considerado definidor de tendências e foco de inspiração para a economia.
Neste ano, em vez de a solução para a crise ter desembarcado na paisagem nevada da estação de esqui, o que chegou a Davos foram os movimentos de protesto que proliferaram durante o ano passado.
Um acampamento formado de iglus em meio a hotéis com diárias acima de US$ 500 desafiou a cuidadosa segurança erguida todos os anos. São integrantes de um movimento chamado Ocupar o Fórum Econômico Mundial, inspirado no protesto que surgiu em Wall Street e ganhou ruas e praças de diversas cidades dos Estados Unidos.
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O isolamento e a dificuldade de acesso à estação de esqui, cara e distante, eram garantias de sossego para os cerca de 3 mil participantes – a maioria, com poder de decisão – de quase cem países e centenas de companhias. A partir de quarta, voltam a se debruçar sobre possíveis saídas para a situação internacional.
Em muitos países, as expectativas de volta à prosperidade são cada vez mais frágeis. Países outrora poderosos estão, na melhor das hipóteses, mergulhados na incerteza, como os integrantes da zona do euro (17 países da Europa que usam uma só moeda).
Não por acaso, quem fará a apresentação de abertura é a chanceler alemã, Angela Merkel, que tem comandado os esforços de resgate da combalida economia europeia. Neste ano, a lista de participantes é robusta, com quase 40 chefes de Estado e 18 presidentes de bancos centrais.
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Além de líderes dos negócios, cientistas, pensadores e pioneiros em direitos humanos circulando por Davos – todos por convite expresso.
Embora a presidente Dilma Rousseff tenha aceito participar, preferiu marcar presença no Fórum Social Temático que se realiza em Porto Alegre. Será representada pelo ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, que participa amanhã de um debate paralelo com o tema As Instituições Democráticas do Século 21 São Adequadas Para o Século 21.
Neste ano, o tema do fórum é A Grande Transformação: Formulando Novos Modelos.
– A realidade de Davos é que se pode obter resultados, o que ocorre todos os anos. E isso são acordos de negócios – disse o analista político francês Dominique Moisi.
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