Os trabalhadores humanitários começaram a retirar os pacientes do reduto rebelde sírio da Guta Oriental, informou nesta quarta-feira o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), após meses de espera devido ao cerco de Damasco, que segundo a ONU provocou a morte de 16 enfermos.
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“Esta noite o @SYRedCrescent (Crescente Vermelho) com a equipe do @ICRC iniciou a retirada dos casos médicos críticos de #GutaOriental para #Damasco”, escreveu o CICV em sua conta verificada do Twitter.
As fotos publicadas na rede social mostram um comboio de ambulâncias preparado para transportar os pacientes em estado crítico.
A organização humanitária Sociedade Médica Sírio-Americana informou que a retirada envolve “29 casos críticos, aprovados para uma evacuação médica até Damasco”.
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“Quatro pacientes foram transferidos hoje”, completou.
Guta Oriental é um dos últimos redutos rebeldes na Síria e está cercada pelas tropas do governo desde 2013, o que provocou a falta de alimentos e de atendimento médico para os quase 400.000 moradores da região, que fica na periferia.
O Crescente Vermelho afirmou no Twitter que seus voluntários “iniciaram a transferência dos casos que exigem atendimento médico de Guta Oriental para os hospitais em Damasco, após longas negociações”.
Na semana passada, o diretor da força de trabalho humanitária da ONU para a Síria, Jan Egeland, advertiu que pelo menos 16 pessoas morreram enquanto esperavam pela saída de Guta Oriental.
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A ONU fez um apelo urgente para retirar 500 pacientes da região e alertou que a lista de pacientes está diminuindo por falta de atendimento.
“O número está caindo, não porque nós estamos retirando as pessoas, mas porque elas estão morrendo”, declarou à imprensa em Genebra.
“Temos a confirmação de que 16 pessoas desta lista morreram desde que a relação foi reenviada em novembro e provavelmente agora é ainda maior”, afirmou, ao destacar o caso de um bebê que faleceu em 14 de dezembro, enquanto as negociações de paz em Genebra terminavam em fracasso.
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A guerra na Síria deixou mais 340.000 mortos e milhões de deslocados desde o início do conflito, que começou em 2011 com manifestações pacíficas contra o regime.
* AFP