Um palco ao dispor do coreógrafo e dos bailarinos. Nele, um espaço livre para mostrar técnicas, leituras e linguagens que formam o espectro novo da dança por aqui e no mundo. De quinta a domingo, e entre os dias 27 e 29, o palco do Teatro Juarez Machado se transforma em um espaço receptor para a Mostra Contemporânea de Dança, sempre às 22 horas.
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No local, trabalhos de dança contemporânea, jazz, dança-teatro, entre outros gêneros, devem encher os olhos e a mente dos espectadores. Só não é permitida a dança clássica e companhias que participem da Mostra Competitiva.
Essa Mostra Contemporânea tem o objetivo de trazer para Joinville os mais diversificados experimentos de companhias nacionais e do exterior. Para a curadora do Festival e da Mostra, Fernanda Chamma, a pluralidade é o que deve marcar a Mostra.
– Procuramos escolher quadros diversificados de tendências. É um pot-pourri com o que há de melhor na dança atualmente. Desde propostas a técnicas novas – diz Fernanda que, junto com João Wlamir, Ana Vitória e Andréa Bardawil Campos – os outros curadores do evento – escolheu entre mais de 140 trabalhos os oito que compõem a Mostra.
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As companhias devem mostrar trabalhos com projeção, cenografia especial e projetos que envolvem elementos culturais brasileiros, como o samba e a capoeira.
– Ano passado já foi bacana e este ano digo, com certeza, que está até mais diferente. A Mostra acrescenta muito ao repertório do Festival e dá importância ao evento ao mesmo tempo que incentiva às companhias a procurarem profissionalização – afirma Fernanda.
Uma das boas surpresas, segundo ela, foi ver grupos que passaram pela competitiva, receberam boas críticas e se lançaram em carreiras profissionais, revelando talentos da coreografia e da dança.
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– Há muitos trabalhos interessantes e da maior importância para o cenário da dança. Se tivéssemos mais espaço, mais tempo e mais horas em um dia, poderíamos ter escolhido mais grupos – brinca Fernanda sobre a possibilidade de acolher todos os trabalhos que os curadores consideraram inovadores.
O QUÊ: Mostra Contemporânea de Dança.
QUANDO: de 21 a 24 e de 27 a 29 de julho, às 22 horas.
ONDE: Teatro Juarez Machado, anexo ao Centreventos Cau Hansen, avenida José Vieira, 315, Centro.
QUANTO: R$ 26, na bilheteria do Centreventos, ou pelo www.ticketcenter.com.br com taxa extra de R$ 4 por ingresso.
INFORMAÇÕES: www.festivaldedanca.com.br.
Programação
Quinta
“Na Dobra do Tempo”, Lavínia Bizzotto, de Rio de Janeiro (RJ)
Sozinha no palco, a bailarina Lavínia Bizzotto apresenta “Na Dobra do Tempo”. O espetáculo versa sobre coisas simples, gestos inacabados e poses de espera. O espectador vai poder conferir a busca do corpo pelo pensar, pelas possibilidades de ação no momento da atuação. Isso tudo se mistura para mostrar que cada gesto ou movimento pode surgir naquele instante. A bailarina dançou por dez anos na companhia Quasar, de Goiânia, e tem como característica o corpo hábil e capacidade de executar movimentos complexos e estilizados.
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“Na Véspera de Não Partir Nunca”, Grupo Tápias, de Rio de Janeiro (RJ)
O trabalho do grupo fluminense traz a multimídia para o palco. O nome do espetáculo é o mesmo de um poema de Fernando Pessoa e reúne em cena o compositor e trompetista Serge Adame e a bailarina Flávia Tápias. A captação dos movimentos da bailarina gera sons mediados pelo computador, somados à voz e ao trompete ao vivo. O projeto teve origem nos meses em que Flávia Tápias morou na França.
Sexta
“Q’eu Isse”, SeráQ. Cia. de Dança, de Belo Horizonte (MG)
Com o objetivo de investigar as noções de identidade do brasileiro, o espetáculo “Q’eu Isse” se foca na população afro-indígena. “Q’eu Isse”, que significa “que eu fosse”, é resultado de uma pesquisa histórica e estética. A coreografia vem da observação do ciclo de festejos populares religiosos afro-mineiros. A intenção da companhia é mostrar um espetáculo de dança contemporânea que se propõe a visitar trajetórias da imigração africana e suas relações com culturas indígenas.
Sábado
“Corpos Opacos”, Cia. Ritmos Family, de São Paulo (SP)
A Cia. Ritmos Family traz seis bailarinos para o palco para mostrar mais da dança urbana de Nova York. Os ritmos do hip-hop e da house music se misturam à expressão e aos movimentos. Com respeito aos fundamentos da dança urbana, e mais os apelos sociais e trejeitos usados pelos adeptos da cultura hip-hop, o grupo ainda acrescenta elementos da cultura brasileira, em especial a capoeira e o samba.
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Domingo
“Un Ange Passe-passe ou Entre les Lignes il y a un Monde”, Cie. “À Fleur de Peau”, de Paris, França
A companhia francesa precisou mandar o piso do espetáculo de navio para o Brasil. Com estrutura forte e elementos coreográficos recheados de pinceladas teatrais, o grupo francês vai mostrar um trabalho que é fruto de pesquisas cênicas. O corpo, aqui, é um instrumento polivalente, comandado pelo bailarino.
Dia 27
“Sapatos Brancos”, Núcleo Luis Ferron, de São Paulo (SP)
O samba adentra o palco nessa apresentação. Usando as tradições do Carnaval de São Paulo, o grupo paulistano mostra as escolas de samba e o ritual do Mestre Sala e da Porta Bandeira. O som da percussão, os figurinos e cenários, reforçam a questão carnavalesca.
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Dia 28, quinta-feira
“Sobre Nós”, Ribeirão Preto Cia. de Dança, de Ribeirão Preto (SP)
A companhia utiliza, nessa apresentação, as relações humanas como elemento principal. Os movimentos são comandados por pelas ações e marcas dos homens, como pessoas marcantes, que deixam um rastro na memória e outras que não despertam muitas emoções.
Dia 29, sexta-feira
“Ditos Malditos: Desejos da Clausura”, Terpsí Teatro de Dança, de Porto Alegre (RS)
Neste espetáculo, a coreógrafa Carlota Albuquerque usa a trilha sonora de Alvaro Rosacosta para embalar os “Desejos da Clausura”. Enfocando a ambiguidade dos personagens teatrais, a companhia cria uma apresentação que deve ser desvendada pelos olhos do espectador.