A partir de hoje, Joinville terá um espaço com milhares de livros e escritores à disposição para conversar com o público ao longo de 12 horas por dia, durante 10 dias. A 16ª Feira do Livro de Joinville começa às 9h e mantém sua proposta de não só oferecer programação para todos os públicos, mas também garantir a formação de novos leitores e o debate de assuntos em destaque na sociedade atual.

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Nesta edição, seguindo uma tradição iniciada em 2017 em que a feira homenageia um país e é delineada pela literatura oriunda do local, Portugal é o tema central. Por isso, na noite de hoje, os portugueses Mafalda Milhões e Nuno Costa Santos, estarão no palco para a cerimônia de abertura oficial do evento, enquanto a contadora de histórias mineira Dora Guimarães lê um trecho de "Memorial do Convento", obra que consagrou o português José Saramago internacionalmente nos anos 1980.

— Ao decidirmos homenagear Portugal, entramos em contato com a Embaixada no Brasil, que fez a ponte com Instituto Camões. Eles nos recomendaram escritores que estão em evidência no país e que tem uma proposta educacional interessante — explica a idealizadora da Feira do Livro, Sueli Brandão.

Confira a programação completa

As atrações internacionais vem com muito a dizer: Mafalda é ilustradora, mas também livreira e mediadora de leitura, e defende a democratização da literatura e da arte; enquanto Nuno Costa é um escritor e dramaturgo que tem sua produção em todas as plataformas, inclusive na TV e no rádio em Portugal. Além deles, a Feira também traz estrelas da literatura brasileira com meio século de carreira, como Marina Colasanti, e sucessos populares como Thalita Rebouças e Lázaro Ramos. Autores contemporâneos como Wlange Keindé e Tino Freitas completam a lista.

São nomes que, em grande parte, são reconhecidos por suas produções voltadas para o público infantil e juvenil. Não é por acaso, já que crianças e adolescentes são os leitores que mais preenchem os corredores do Expocentro Edmundo Doubrawa nos dias de Feira do Livro, levados pelos pais e em excursões das escolas.

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— Acreditamos que estamos lançando a sementinha ao aproximar o livro e a literatura dessa forma para os jovens. Pensando que o livro transforma e que é através da educação que nós vamos melhorar o mundo e fazer evoluir a qualidade de vida no nosso país — analisa Sueli.

Além das páginas

Por este ímpeto de ser um elemento transformador, a Feira do Livro de Joinville também tem, em sua programação, temas que estão em evidência no mundo contemporâneo e merecem destaque e discussão. Além das palestras voltadas a escritores e educadores sobre linguagem, ilustração e gêneros literários, haverá painéis com especialistas discutindo temas como violência contra a mulher e fake news. Para Sueli, é uma forma de a feira ser um palco não só da produção cultural, mas do que está acontecendo no Brasil e no mundo.

– A rede de notícias falsas foi um assunto tão comentado nos últimos meses, principalmente na época das eleições, que consideramos importante levantar este debate na feira. Da mesma forma, ao olharmos estatísticas tão terríveis de violência contra a mulher como temos no nosso estado , decidimos convidar um grupo de profissionais para discutir a respeito – explica.

Como a 16ª da feira tem uma agenda ininterrupta em todos os ambientes onde acontece — no Expocentro, no Teatro Juarez Machado e no Centro de Convenções Alfredo Salfer, todos no complexo do Centreventos Cau Hansen —, os próximos dias também serão de maratona de peças e outras atrações. A programação é gratuita.

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