O comboio com oito carros de luxo começou a descer a estreita rua São Francisco de Assis às 20h20min desta segunda-feira, dia 23. No alto da ruazinha fica o exclusivo resort Ponta dos Ganchos, em Governador Celso Ramos, Grande Florianópolis, onde Paul MacCartney e parte de sua equipe estão hospedados.
Continua depois da publicidade
Confira a galeria de fotos de Paul McCartney e Nancy Shevel no resort
Será que Paul resolveu jantar em Florianópolis ou passar o som no Estádio da Ressacada? Será que ele deixaria o luxo e toda a infraestrutura do hotel com diárias de quatro dígitos para percorrer cerca de 40 quilômetros pela BR-101 até a Capital? E sem a escolta do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que ficou na esquina da rua do resort?
A equipe de reportagem “colou” nos carros – incluindo os três blindados preferidos da estrela – pelas ruas e vielas do bairro Ganchos. Por onde o comboio passava chamava a atenção. Moradores esticando o pescoço, rindo, olhando na direção dos carrões. Afinal, atrás de uma daquelas janelas com película preta poderia estar um Beatle.
Continua depois da publicidade
De repente o grupo parou no mercadinho Arvoredo. Eram 20h27min. Homens fortes, vestindo ternos escuros saltaram. Talvez fossem os seguranças particulares de Paul, aqueles treinados em Israel. A caravana seguiu e dez minutos depois parou novamente, em fila indiana, ainda no centrinho de Ganchos. Mais curiosidade. Moradores perguntavam:
_É o Pouli, é?_.
Os homens de preto pediram informações para uns garotos na rua. Tentamos falar com um deles que se limitou a sorrir e dizer, em bom português, que não podia falar nada.
Será que a equipe de Paul estava perdida e não conseguia achar a entrada da BR-101?
Minutos depois, o comboio entrou numa rua estreita e parou em frente a um hotel bem simples, de três andares. Os carros começaram a entrar na garagem. Não é possível que o ícone vivo do rock estava entrando ali! Será que haveria uma passagem secreta na garagem com ligação para o mar onde um iate milionário o estaria esperando?
Continua depois da publicidade
Então, as portas dos veículos se abriram e veio a grande surpresa. Os carros estavam vazios. Os homens de preto na verdade eram os motoristas da empresa que alugou a frota para o astro inglês.
Com sotaque gaúcho, os homens bem vestidos explicaram, rindo, que só estavam a procura de uma pizzaria. O hotel simples é onde estão hospedados durante os dias em que Paul MacCartney ficar em Floripa. A frase que mais disseram foi: “Não posso falar nada”.
A reportagem voltou para o plantão na esquina da rua São Francisco de Assis. Uma equipe da Companhia de Operações Especiais (COE) do Bope estava de campana na esquina. Só passavam moradores cadastrados em uma listinha, funcionários do hotel e policiais da segurança brasileira que chegavam para render os colegas.
Continua depois da publicidade
Entre 25 e 30 agentes das polícias civil, militar e federal fazem a segurança no resort, além de equipe da Marinha. A Polica Militar Ambiental também estava a postos, na água, em frente ao hotel. A gerente da governança chegou de carro e disse a frase famosa: “Não posso falar nada.”
Ninguém da entourage de MacCartney saiu na noite desta segunda do Ponta dos Ganchos, pelo menos pela rua principal. Na tarde de segunda, por volta das 16h, um músico da banda teria descido a ruazinha de bermuda e chinelo a procura de cigarros.
Extra-oficialmente, o astro teria pedido velas com desenho para o quarto, no lugar de velas lisas, e uma tampa de vaso sanitário diferente da que havia em seu banheiro. Um motoqueiro teria ido ao hotel à tarde para levar o objeto.
Continua depois da publicidade
Entre a população local, a informação é de que o hóspede ilustre dará umas voltas de barco pela região, nesta terça-feira, dia 24. Durante toda a segunda-feira, ele não teria saído nem do seu bangalô.
À 1h desta terça-feira, madrugada fria, vento sul soprando forte, quase não havia movimento perto do hotel. Na rua, só os homens do Bope, a reportagem e dois cachorros vira-lata. O Beatle devia estar dormindo, a pouco mais de 500 metros de onde fizemos plantão. Tão perto e tão longe.