A combinação de LEDs infravermelho com exercícios físicos aumenta o nível metabólico e potencializa os efeitos da atividade, podendo atuar no tratamento da celulite. Um equipamento idealizado, projetado e desenvolvido pelo Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP), comprovou essas potencialidades, entre outros benefícios da radiação nos glúteos e nas coxas, que são os principais músculos responsáveis pelo ato de caminhar e correr, e onde há maior incidência de osteoporose, gordura localizada e celulite.
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Participaram da pesquisa 60 mulheres, sendo 45 na pós-menopausa e 16 jovens. Elas fizeram um ano de exercício com LEDs, duas vezes por semana, em sessões de 45 minutos. Foram realizados testes de esforço com eletrocardiograma para avaliação da capacidade aeróbia, dinamometria isocinética para avaliação da força e fadiga, avaliação do colesterol por exame de sangue, densitometria óssea para avaliação da massa óssea, bioimpedância elétrica para avaliação da porcentagem de gordura e de massa muscular e avaliação termográfica para avaliação da vascularização e da celulite.
O grupo que realizou exercício com LEDs, comparado ao grupo controle que realizou somente exercício físico, apresentou:
:: Maior capacidade aeróbia e rápida recuperação pós-exercício;
:: Maior força do músculo quadríceps e reduzida fadiga;
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:: Melhora da circulação sanguínea;
:: Redução do risco de doenças cardiovasculares com melhora do perfil metabólico, como a redução do colesterol ruim;
:: Atenuação da perda de massa óssea no fêmur, que previne a osteoporose;
:: Melhora na estética corpórea com tratamento da celulite.
Entenda os efeitos
De acordo com os pesquisadores, esses benefícios ocorrem porque a luz infravermelha é absorvida pelo corpo e aumenta a síntese de ATP (adenosina trifosfato). O ATP é a energia necessária para o funcionamento do corpo humano. Assim, a luz possibilita que as pessoas se exercitem com mais energia, ou seja, por mais tempo, em maior velocidade e com menor cansaço.
A luz também tem efeito analgésico e anti-inflamatório, por isso, as pessoas se exercitam sem sentir dor. Então, a luz aumenta o condicionamento físico e reflete na saúde geral, atuando na redução do colesterol ruim, no aumento da resistência óssea e na prevenção das consequências do envelhecimento, além de tratar a celulite. O LED infravermelho aumenta o colágeno na pele e melhora a circulação sanguínea. Também faz drenagem linfática com eliminação das toxinas e atua nos tecidos de gordura, com aumento da taxa metabólica, o que pode resultar em maior queima de gorduras, principalmente durante o exercício.
Segundo os cientistas, outras aplicações do equipamento seriam para reabilitação cardíaca, respiratória, ortopédica e neurológica. Também poderia ter um papel importante no aumento do rendimento de atletas. Novas investigações serão realizadas em ambientes como academias e clínicas para que o produto seja aprovado, comercializado e possa atender a população.
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O estudo teve aprovação do Ministério da Saúde em Brasília, comitê de Ética nacional e local (da UFSCar), com atendimento clínico através do Programa de Biotecnologia e Departamento de Fisioterapia da UFSCar. O desenvolvimento do equipamento é parte da pesquisa de doutorado de Fernanda Rossi Paolillo, orientada por Vanderlei Salvador Bagnato e Cristina Kurachi.