A imunoterapia, tratamento desenvolvido para combater o câncer por meio da ativação do sistema imunológico do próprio paciente, tem se mostrado cada vez mais eficaz para doenças como o melanoma – tipo agressivo de câncer de pele – e o câncer de rim. Durante o encontro anual da American Society of Clinical Oncology (ASCO), que ocorre esta semana em Chicago, Estados Unidos, novos resultados foram apresentados como promessas também para outros tipos de câncer.

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Conheça a imunoterapia, tratamento contra o câncer considerado revolucionário pelos especialistas

Tratamento do câncer por imunoterapia ainda gera diversas incertezas

Uma das descobertas envolve o medicamento nivolumab (Opdivo), que teve sua ação terapêutica avaliada isoladamente e em combinação com a droga ipilimumad (Yervoy). De acordo com os pesquisadores, a combinação dos dois medicamentos apresentou bons resultados. Ambas as moléculas são fabricadas pela farmacêutica norte-americana Bristol-Meyers Squibb, responsável por financiar o estudo.

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Após nove meses de pesquisa, o nivolumab impediu a progressão do melanoma por um período médio de 6,9 meses, enquanto que o ipilimumab foi eficaz por cerca de 2,9 meses. Quando combinados, o período sem progressão aumentou para 11,5 meses.

As duas drogas impedem a ação da proteína PD-L1, que fica na superfície das células de câncer, e bloqueiam outra proteína, a PD-1, que se encontra nas células do sistema de defesa do organismo. As duas proteínas são responsáveis por impedir a destruição do tumor. Entretanto, a experiência mostrou que a taxa de efeitos colaterais foi mais alta entre os pacientes que receberam a imunoterapia combinada.

Teste dá nova esperança sobre eficácia da imunoterapia contra a aids

Pesquisadores apostam na imunoterapia como uma arma efetiva contra a câncer

Percebeu-se ainda que cerca de 20% dos pacientes que usaram nivolumab obteram respostas positivas contra o câncer de fígado. Em alguns casos, a progressão foi impedida por mais de um ano. Conhecia-se apenas uma droga aprovada para o tratamento da doença, com uma taxa de resposta de 2%.

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O pembrulizumab, medicamento da classe dos anti-PD1 – anticorpo que age em um receptor específico que determina morte celular -, reduziu tumores de cabeça e pescoço em um em cada quatro pacientes.

– São novos passos para avanço do conhecimento. Não se espera, de um dia para outro, uma bala mágica que elimine o câncer, mas cada informação adicional tem modificado o cenário da oncologia nos últimos anos – afirma Stephen Stefani, oncologista e pesquisador do Instituto do Câncer Mãe de Deus.

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O médico fala sobre a importância de acompanhar os estudos até suas publicações completas finais. Segundo ele, assim vamos poder ter uma visão completa das alternativas que tragam benefício para sociedade e para os pacientes.

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*AFP e Zero Hora