Os combates em terra e no ar se intensificaram nesta segunda-feira em torno da cidade portuária de Hodeida, nas mãos dos rebeldes huthi no oeste do Iêmen, apesar de a coalizão que os opõe, liderada pela Arábia Saudita, assegurar que não houve uma escalada do conflito.
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A coalizão, liderada pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, apóia as forças pró-governo do Iêmen, em guerra com os rebeldes huthi, por sua vez apoiados pelo Irã, e controlam o porto de Hodeida, no Mar Vermelho.
De acordo com dois médicos de Hodeida, os corpos de 74 combatentes houti foram levados para hospitais na cidade nas últimas 24 horas. Além disso, 15 combatentes pró-governo foram mortos nos confrontos, segundo fontes médicas iemenitas.
Uma fonte da coalizão disse que esta aliança antirrebelde “apoia” os esforços da ONU para reativar o processo de paz e não busca uma “escalada”, apesar das operações em andamento.
Não são “operações ofensivas”, mas de desdobramentos para “proteger nossas tropas e ampliar os perímetros de segurança em certas áreas”, disse à AFP a fonte da coalizão que pediu anonimato.
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No entanto, “se os huthis não participarem das negociações de paz, isso poderá levar à retomada da ofensiva em Hodeida”, acrescentou.
“A situação humanitária no Iêmen é inaceitável e nos comprometemos a acabar com o conflito o mais rápido possível”, disse ainda.
Na sexta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, pediu o fim imediato da “violência” no Iêmen para impedir que o país caia em um “precipício”, com metade de sua população ameaçada pela fome.
O Reino Unido convocou nesta segunda-feira seus parceiros no Conselho de Segurança da ONU para agir rapidamente para promover uma solução política no Iêmen, palco da pior crise humanitária do mundo.
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No domingo, a Unicef convocou “todos os lados” do conflito para cessar as hostilidades e chamou o país de “inferno na terra” para as crianças.
Quase três quartos da ajuda humanitária que entram no Iêmen transita pelo porto de Hodeida.
Desde 2015, o Iêmen vive uma guerra que deixou cerca de 10 mil mortos e mais de 56 mil feridos, segundo a Organização Mundial de Saúde, embora vários funcionários humanitários acreditem que o número real de mortes seja muito maior.
* AFP