O combate às fakes news ainda será um desafio nas eleições de 2022. Um dos alvos principais da descredibilização tem sido o próprio sistema de votação, com a segurança da urna eletrônica sendo questionada. Especialistas acreditam em um “tsumami” de notícias falsas no próximo pleito.

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Para rebater a desinformação, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem se estruturado para demonstrar a confiabilidade do processo eleitoral. Agências de checagem também se fortaleceram.

A última eleição para presidente, que acabou com vitória de Jair Bolsonaro (sem partido), foi marcada pela disseminação de notícias falsas. A internet foi tomada por conteúdos falsos, como o “Kit Gay”, e informações enganosas sobre candidatos. Esse fenômeno, que não é novo, não é restrito ao Brasil. No Brexit e também nas eleições norte-americanas, a disseminação de informações mentirosas foi registrada.

Para a pesquisadora do Instituto Liberdade Digital, Ana Júlia Bernardi, a disseminação de notícias falsas esteve presente também nas eleições municipais no ano passado. Ela destaca que casos pontuais acabaram não se tornando de reconhecimento nacional.

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— Olhando as eleições de 2020, muita gente teve essa impressão de que houve muito menos notícia falsa, muito menos desinformação. Mas é muito difícil comparar uma eleição municipal com eleições gerais — diz.

Ana Júlia é uma das autoras do artigo “Desinformação e Poder Legislativo: a solução é regulamentar?”, publicado do e-book “Eleitorize 2020: um raio x das eleições”. O texto faz uma analogia entre o impacto das fakes news nas eleições de 2020 e o que elas podem provocar no próximo pleito.

Sem repercussão nacional, os conteúdos falsos que circularam no ano passado tiveram a força de uma “onda forte”. Com aporte financeiro maior e mais interesses em jogo, o impacto das fake news nas próximas eleições, para os autores, pode tomar dimensão de um “tsunami”.

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“Mesmo que você não seja afetado diretamente, você fica sabendo da existência dele e pode ser afetado de alguma forma indireta”, escreveram.

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TSE investe em combate à desinformação

O TSE tem promovido ações de combate à desinformação. Uma das estratégias adotadas é a checagem de conteúdo que circula nas redes sociais por meio da página “Fato ou boato”, que existe desde 2016. Além de verificações, são compartilhados materiais informativos.

A iniciativa foi incluída no “Programa de Enfrentamento à Desinformação nas Eleições 2020”, que contou com mais de 50 instituições participantes. O objetivo foi fortalecer a democracia.

Todas as checagens ficam disponíveis na página e é possível compartilhar as informações verificadas. Integram o projeto agências como Aos Fatos, Agência Lupa, Projeto Comprova e Fato ou Fake.

Com ataque frequente ao sistema eleitoral, o TSE também disponibilizou a abertura do código-fonte das urnas eletrônicas. A ação permite a inspeção da sociedade civil. O processo, que costuma acontecer seis meses antes da eleição, foi adiantado para dar mais transparência.

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Redes sociais também adotam medidas

Além da mobilização do TSE, as redes sociais passaram a adotar medidas para evitar o compartilhamento de notícias falsas.

O Twitter afirmou que faz parcerias com autoridades e especialistas para a criação de conteúdos de educação midiática. Outra frente é a implementação de recursos. Um exemplo é o lembrete que questiona se a pessoa leu a matéria primeiro antes de compartilhar.

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Já o Facebook informou que remove perfis que ferem os “Padrões da Comunidade” — contas falsas, conteúdos violentos, nudez, entre outros. Se o conteúdo for de baixa qualidade, mas não viole as políticas da plataforma, sua circulação é reduzida.

O botão de contexto também foi criado e fornece mais detalhes sobre o veículo de comunicação que produziu uma reportagem compartilhada no feed.

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