Em onze meses, 21 pessoas foram presas em Santa Catarina por crimes ligados à corrupção. O número é 163% maior ao do ano passado, segundo dados da Coordenadoria Estadual de Combate à Corrupção (CECOR), da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC). Além disso, mais de R$ 6 milhões em ativos foram apreendidos durante as operações realizadas em 2023.
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Só neste ano, 23 ações foram feitas em 28 municípios catarinenses. Ao todo, 172 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, 115 pessoas indiciadas, sete veículos e dois imóveis sequestrados, e 778 medidas cautelares. Além das prisões, cinco agentes públicos foram afastados dos cargos por suspeita de corrupção.
— As pessoas nem sabem que estes crimes estão sendo cometidos contra elas. O crime de corrupção, por sua natureza, acaba sendo um dos crimes mais velados que existem. O prejuízo ao patrimônio público, muitas vezes, só é descoberto anos depois, o que gera uma investigação extremamente complexa e trabalhosa — explica o delegado Gustavo Muniz, coordenador da CECOR.
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Além de atuar na busca da materialidade dos crimes, a investigação também tem como objetivo desmantelar organizações criminosas voltadas à dilapidação do patrimônio público e à lavagem de dinheiro.
— Não há boletim de ocorrência, raramente a gente tem um registro de suspeita de corrupção. Mas, por exemplo, uma denúncia, muitas vezes anônima, pode ser o ponto de partida que acaba desvelando um grande esquema criminoso — diz.
Em Santa Catarina, há seis delegacias especializadas no combate à corrupção que atendem diversas regiões. Para o delegado-geral Ulisses Gabriel, os investimentos na área ajudaram nos resultados.
— O governo investiu fortemente nas delegacias de combate à corrupção. O efetivo foi aumentado em 23%. Foram disponibilizadas novas viaturas, tecnologias e apoio operacional para que as cinco delegacias regionais de combate à corrupção, espalhadas pelo Estado, e a delegacia de combate à corrupção da DEIC intensificassem essas ações. As operações envolvendo o combate da corrupção
foram multiplicadas — pontua.
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A denúncia, no entanto, segue como o principal meio para o combate ao crime, como explica o delegado-geral.
— A sociedade que vive a realidade do seu município pode, através de denúncia anônima, fazer com que a informação chegue até a PCSC. A participação da população é muito importante para que possamos combater essa prática — complementa.
As denúncias podem ser feitas pelo WhatsApp, pelo número 181, pelo site da Polícia Civil ou nas delegacias de polícia.
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