– A duplicação da BR-280 é essencial para todos os empreendimentos localizados e projetados para São Francisco do Sul. É essencial para nós e para todos. Sem acesso, não há empreendimento.
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As frases são do diretor-presidente da WorldPort, Marcus Barbosa, dando a entender que, sem a obra, não haverá porto. A empresa planeja erguer o Porto Brasil Sul para movimentar cargas em sete terminais, com distintas vocações de negócios.
Entre um café e outro, o executivo explica que é fundamental unir todos os empresários e investidores em terminais portuários – TGB, TGSC, CMO e outros – à causa da duplicação da rodovia. A intenção é irem juntos a Brasília, levar os projetos e demonstrar como vão gerar impacto favorável via recolhimento de tributos. Barbosa é claro:
– Os investidores não põem o dinheiro sem antes terem se resolvido as pendências.
Sim. Tem toda a razão. Evidentemente, a duplicação passa por licitação do DNIT – feita em 2014 –, mas ainda não há ordem de serviço. A pretendida união dos empreendedores portuários vai na direção de tentar convencer as autoridades federais a oficializar o ¿de acordo¿ para que as obras da rodovia saiam do desejo apenas.
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Já internamente, e por conta, aí, sim, exclusivamente dos empreendedores da WorldPort, a partir da BR-280, deverá ser construído acesso até o porto, na região do Sumidouro, com extensão de 13,9 quilômetros, a um custo de R$ 60 milhões.
Barbosa diz que, de imediato, é importante conversar com as lideranças ambientalistas de São Francisco do Sul para que compreendam que o porto vai criar riqueza, empregos e renda sem comprometer a qualidade de vida. Estão programadas 90 reuniões com públicos diferentes para mostrar a relevância do projeto de US$ 1 bilhão. A KPMG fez o estudo para dimensionar o tamanho da demanda para os próximos 15 anos. O projeto já foi apresentado à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). No campo ambiental, por ora, a Fundação de Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (Fatma) está analisando o estudo de impacto ambiental (EIA-Rima).
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Há quem estranhe que um projeto desse tamanho não seja analisado pelo Ibama, que recebeu o projeto em novembro de 2015. É que o Ibama repassou a atribuição de licenciamento ao órgão estadual, conta Barbosa. A preocupação de fazer um trabalho consistente levou à contratação da multinacional Tetra Tech, que fez os estudos ambientais e é especializada em trabalhos para negócios portuários e hidrológicos.
O presidente da WorldPort conta que o projeto já foi apresentado ao governador Raimundo Colombo há bastante tempo. Em 2011, começaram as conversas com o governo do Estado em torno da iniciativa. Antes, bem antes, a primeira vez que se falou de São Francisco do Sul como um possível hub portuário foi em 1992. À época, o empreendedor Eliezer Batista identificou a região como a de melhor localização para essa atividade, entre todos os Estados do Sul e Sudeste do Brasil. Pelos cálculos feitos por consultoria, o Porto Brasil Sul, a surgir entre as praias de Capri e do Forte, poderá gerar R$ 3,8 bilhões em impostos ao longo do tempo – até 2050. Deverá ser um porto de grandes navios, podendo ter calado de até 22 metros de profundidade. Noutras frentes, há conversas com a Rumo/ALL para a construção de um ramal ferroviário próprio, a exemplo do que foi feito com a ArcelorMittal Vega.
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Como a ambição é grande, adiante também poderá ser construída uma usina de regaseificação, em parceria com um grupo multinacional de energia.