O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu os oficiais-generais mais antigos de Marinha, Exército e Aeronáutica para comandar as Forças Armadas no início de sua gestão. Os nomes foram anunciados nesta sexta-feira (9), juntamente com a confirmação do ministro da Defesa, o ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), José Mucio Monteiro.
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O almirante Renato de Aguiar Freire ficará com a chefia do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, cargo vinculado à estrutura do Ministério da Defesa. Ele substituirá o general Laerte de Souza Santos. A escolha segue o critério de rodízio entre as Forças no comando da área.
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Para a Secretaria-Geral do Ministério da Defesa, Múcio escolheu Luiz Henrique Pochyly. Ele é especialista em compliance e controle e foi secretário-geral de administração do TCU enquanto o futuro ministro ocupava uma das cadeiras da corte de contas.
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Veja o perfil dos comandantes escolhidos por Lula:
Exército

O general de Exército Julio César de Arruda, 63, foi definido por Lula e Múcio para o comando da Força Terrestre. Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) em 1981 e conseguiu a quarta estrela no ombro em março de 2019.
Arruda é o mais antigo dos generais que ocupam o Alto Comando do Exército. A escolha pela antiguidade causa poucas mudanças na cúpula da Força, já que, pelas regras militares, nenhum outro oficial terá de ir à reserva com a escolha do novo comandante.
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Aliados de Lula viam com preocupação a nomeação de Arruda. Oficial das Forças Especiais, grupo de elite do Exército conhecido pela rigidez de suas posições, ele tem a mesma formação de militares que ocuparam cargos no governo, como Eduardo Pazuello e o coronel Élcio Franco.
Casado e pai de duas filhas, Arruda chefia ainda o Comando Militar do Leste, o Subcomando de Operações Terrestres e é atualmente o responsável pelo Departamento de Engenharia e Construção do Exército.
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Marinha

O comando da Marinha ficará com o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, 63, atual comandante de Operações Navais – um dos principais cargos da Força. Olsen é o segundo mais antigo do Alto Comando da Marinha e só foi escolhido porque o primeiro da lista, o almirante Aguiar Freire, deve assumir a chefia do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas.
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Segundo oficiais da Marinha, o almirante teve destaque no comando da Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico, sucedendo o almirante Bento Albuquerque, escolhido por Jair Bolsonaro (PL) para comandar o Ministério de Minas e Energia.
Tem formação no curso da Escola Naval em 1982 e chegou ao almirantado em 2011. É considerado pelos pares como legalista e um dos mais preparados para o cargo.
Aeronáutica

Lula e Múcio escolheram o tenente-brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno para o comando da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele tem 63 anos e é o oficial-general mais antigo da Força.
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Damasceno finalizou o curso de formação de oficiais aviadores em dezembro de 1982, sendo promovido para a patente de brigadeiro do ar -a primeira do generalato da aeronáutica- em 2011.
Além da atuação da FAB, Damasceno tem formação em administração de empresas na Universidade de Santa Catarina e, pelo perfil, assumiu funções de chefe de gabinete do comandante da Aeronáutica e do centro de comunicação social da Força.
Brigadeiros da reserva afirmaram à Folha que Damasceno terá o principal desafio de despolitizar a Força Aérea, após o atual comandante, Baptista Júnior, atuar com completo alinhamento a Jair Bolsonaro e, em ato visto como insubordinação, preparar uma antecipação da saída do cargo.
*Por Cézar Feitoza
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