Em casa depois de passar pelas horas mais difíceis da vida, o mestre Mário César Jacinto só quer saber de descansar. O comandante da embarcação Vô João, que saiu de Itajaí e naufragou na madrugada de quarta-feira, em São Francisco do Sul, passa as horas com a família tentando superar tudo o que aconteceu. Dos cinco desaparecidos, um deles trabalhava há 20 anos com Mário, o outro, há 13.

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– Ele passava mais tempo com eles do que com a própria família. Por isso está tão abalado – comenta Edemir da Veiga, cunhado do mestre.

A reportagem foi até a casa de Mário César, no Bairro São João, em Itajaí, mas a família prefere que ele não fale sobre o que aconteceu. Segundo Edemir, que trouxe a mãe do comandante de Laguna, o cunhado está com o braço esquerdo machucado e perdeu uma das unhas do pé. Além disso, toma remédio para controlar a pressão e se mostra abalado cada vez que lembra do acidente.

– A gente está conversando normalmente e de repente ele começa a chorar muito. Não é fácil para ele saber que tem amigos que estão desaparecidos – diz Edemir.

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Mário César trabalha com pesca há 42 anos e nunca passou por algo parecido. Natural de Laguna, mudou-se com a família para Itajaí há muitos anos e aqui continuou trabalhando com a pesca, assim seguindo a tradição da família. Além dele, outros quatro irmãos também estão embarcados. Na casa que ainda está em construção, ele acompanha pela internet as notícias das buscas.

– Estamos sempre com o computador ligado. Ele está aliviado por ninguém ter ficado dentro do barco, ainda tem esperança que sejam encontrados vivos.