As palavras do experiente comandante Franck Cammas resumem de forma certeira o que foi a chegada do barco francês Groupama a Itajaí:
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– Foi a etapa mais difícil da história.
Depois de 23 dias, boa parte deles com o mastro quebrado, o veleiro verde e laranja finalmente chegou ontem, no início da tarde, apenas com sete dos 11 tripulantes a bordo. O Groupama liderava a etapa, que largou em Auckland (Nova Zelândia), quando sofreu o acidente no litoral uruguaio.
Exaustos, os integrantes do time ganharam um período de descanso em terra firme. Três deles vão à Europa visitar as famílias e os demais ficarão pela região.
A primeira tarefa da equipe será arrumar todas as avarias da embarcação, prejudicada pelas ondas e os fortes ventos dos mares do sul. A tarefa número um será trocar o mastro. Os franceses devem receber o equipamento, que está vindo da Holanda, amanhã.
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– Estou bastante ansioso para a instalação do novo mastro. Fomos surpreendidos com a quebra quando estávamos no melhor momento da regata e caminhando para ganhar a segunda perna seguida (venceram a etapa anterior, de Sanya até Auckland, mas com a avaria foram obrigados a parar dois dias em Punta del Este, no Uruguai). Confio no trabalho de terra da nossa equipe para deixar tudo pronto – disse Cammas, que foi recebido com banquete de comida sueca no pavilhão da Volvo Ocean Race. E comemorou:
– A primeira coisa que todos precisam é uma refeição quente e depois um banho.
O único tripulante que precisou de uma avaliação médica mais cuidadosa foi o neozelandês Brad Marsh, que cortou o pulso no momento em que o mastro se partiu. Mas foi liberado em seguida. O velejador teve sorte: por poucos centímetros o corte não atingiu o tendão, o que poderia até limitar os movimentos de uma das mãos.
– Os caras fizeram um trabalho fantástico e estou muito feliz com o nosso terceiro lugar. O clima é de dever cumprido – concluiu o comandante do Groupama, que com o pódio em Itajaí somou 20 pontos e retomou o segundo lugar na classificação geral da regata volta ao mundo.
Mastro a caminho
? Em Itajaí, os heróis do Groupama deixam os trabalhos a cargo dos integrantes da equipe de terra. Um dos nomes desse time de especialistas é o brasileiro Ricardo Ermel, veterano de duas Volvo Ocean Race. Ele será um dos responsáveis pelo transporte da peça entre Curitiba e Santa Catarina.
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? O mastro de 32 metros vem da Holanda de avião até o aeroporto de Curitiba, onde deve chegar hoje. Até Itajaí, distante 202 km, vai por estrada, em cima de um caminhão, escoltado pelas equipes de transporte e pelas polícias Federal e Rodoviária (se necessário). A chegada está prevista para amanhã (quinta-feira).
? Com o novo mastro, a equipe poderá fazer os testes necessários antes dos primeiros treinos para a Regata do Porto, dia 21.