A empresa Costa Crociere, proprietária do navio de cruzeiro Costa Concordia, que naufragou na noite de sexta-feira e matou pelo menos cinco pessoas, admitiu neste domingo que o comandante “cometeu erros de julgamento” e “não observou os procedimentos” para situações de emergência.
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“A Justiça, com a qual a Costa Crociere colabora, determinou a prisão do comandante Francesco Schettino, contra quem pesam graves acusações”, destacou a companhia. “Parece que o comandante cometeu erros de julgamento que tiveram graves consequências e que suas decisões na gestão da emergência ignoraram os procedimentos da Costa Crociere, que seguem as normas internacionais”, informou a empresa.
Em seu comunicado, a Costa Crociere aponta que Francesco Schettino, que entrou na companhia em 2002 como responsável de segurança, foi promovido a comandante em 2006, após concluir com sucesso todos os cursos de formação. A companhia informa que os membros da tripulação “realizam exercícios de evacuação a cada duas semanas” e que os “passageiros participam igualmente de um exercício” de abandono de navio logo após o embarque.
O navio de cruzeiro de quase 300 metros naufragou depois de bater em uma rocha junto à ilha italiana de Giglio, com 4.229 pessoas a bordo, sendo 3.200 turistas de 60 nacionalidades e mais de mil membros da tripulação. O promotor de Grosseto, Francesco Verusio, confirmou neste domingo que o comandante Schettino abandonou o barco “muito antes de que todos os passageiros fossem retirados”, e acrescentou que “a trajetória seguida pelo navio de cruzeiro não era boa”.
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VÍDEO: gaúchos contam momento de pânico a bordo de navio
Segundo a imprensa italiana, o comandante foi encontrado em terra às 23h40min (20h40min de Brasília), e os últimos passageiros só foram retirados por volta das 5h (03h de Brasília). Várias testemunhas e homens da Guarda Costeira disseram que o Costa Concordia navegava perto demais da costa da ilha de Giglio, situada diante do litoral do sul da Toscana.
Segundo alguns, o navio estava fazendo uma manobra chamada “l’inchino”, “reverência” em italiano, para saudar os 800 moradores da ilha de Giglio. O promotor Verusio afirma que o comandante “se aproximou de forma imprudente da ilha de Giglio, e o navio se chocou contra uma rocha que destruiu boa parte de seu lado esquerdo, fazendo a embarcação adernar e receber uma enorme quantidade de água em dois ou três minutos”.
O naufrágio
O navio Costa Concordia partiu na sexta-feira de Civitavecchia, na região de Roma, e faria um cruzeiro de uma semana pelo Mar Mediterrâneo com escalas programadas nas cidades de Savona, Marselha, Barcelona, Palma de Mallorca, Cagliari e Palermo, conforme informações da assessoria de imprensa da Costa Crociere, empresa proprietária do navio.
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Na noite de sexta-feira o navio se chocou contra uma rocha e encalhou em um banco de areia próximo à ilha de Giglio, na Toscana, a cerca de 40 quilômetros do continente. O casco da embarcação quebrou, o navio virou e ficou parcialmente submerso. A empresa responsável pelo cruzeiro informou que o processo de evacuação e resgate começou imediatamente.
O navio levava 4.231 pessoas a bordo. Segundo o Itamaraty, os 47 passageiros e seis tripulantes brasileiros que estavam no navio foram resgatados e passam bem.
Em uma área de quase dois mil metros quadrados a cruzar o oceano, o Costa Concordia esbanjava luxo com quatro piscinas, 1,5 mil camarotes, 13 bares, cinco restaurantes, um spa de seis mil metros quadrados, pista poliesportiva e cinema, entre outras regalias.
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