Uma mudança no perfil dos atentados que atingem o Estado há mais de uma semana foi observada pela polícia desde segunda-feira. A informação é do comandante-geral da Polícia Militar em SC, coronel Nazareno Marcineiro.

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Segundo ele, o número de ataques diminuiu e também a motivação mudou e pode estar mais relacionada a ataques oportunistas do que à ação de facções criminosas. A suposta reviravolta traz à polícia um novo desafio: combater ataques sem propósito conhecido.

– Ficaram mais evidentes os atentados oportunistas contra desafetos pessoais, praticados por vândalos que querem tirar vantagem. Tudo isso acaba dando mostras de que o perfil que se tinha antes, vindo do presídio, já não é mais a motivação – disse o coronel nesta quinta-feira, durante cerimônia de troca de comando na 3ª Região da Polícia Militar, em Balneário Camboriú.

Ocorrências

Entre a noite de quarta-feira e a madrugada de quinta-feira, outros dois ataques foram registrados na região. Em Navegantes, carros que estavam em um ferro-velho foram incendiados. Horas antes, a casa de um policial militar reformado no Bairro São Vicente, em Itajaí, foi atingida por pelo menos 12 tiros de pistola 9 milímetros. Os disparos teriam sido feito por dois homens em uma moto, que conseguiram fugir.

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De acordo com o comandante, aparentemente não há indícios de que o ataque ao policial tenha sido orquestrado pelo crime organizado.

– Não sabemos identificar ainda bem a causa, a verdade é que tenho recomendado a todos os policiais que se previnam, se protejam, para não estarem sujeitos a riscos – afirma o comandante.

Presidente da Comissão de Segurança da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado (OAB-SC) e professor de Direito da Univali, Juliano Keller do Valle, diz que a identificação de um novo foco de ataques, por parte da polícia, é sinal de que os sistemas de inteligência têm funcionado. Mas diz que o desafio segue para as forças de segurança -até porque a resposta aos ataques provoca uma remodelação na ação do crime organizado.

– Continua sendo um desafio. Mas talvez, em situações que não são relacionadas ao crime organizado, haja um caminho mais curto para elucidação.

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