Três gols diante do São Paulo, na vitória por 4 a 2, fora de casa, em novembro do ano passado, pela Copa do Brasil Sub-17, foram a senha para que Bruno Silva, de 17 anos, subisse para o grupo profissional da Chapecoense. E não demorou para o jovem jogador do Verdão ganhar status de joia. A maior prova disso é que, na última semana, o atleta teve o contrato ampliado até 2022 e sua multa rescisória para clubes do exterior chegou aos 30 milhões de euros (R$ 118 milhões na cotação de ontem). O clube nacional que quiser tirá-lo da Chape precisará pagar cerca de R$ 30 milhões.

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Fora do grupo que representou a Chape na Copa São Paulo de Futebol Júnior, Bruninho aproveitou bem a chance no time principal. Com a confiança do técnico Gilson Kleina, foi relacionado em sete partidas do Catarinense, duas delas como titular. Também entrou nos dois jogos da pré-Libertadores contra o Nacional. Não se intimidou com a falta de experiência. Foi para cima dos adversário e marcou o seu primeiro gol pela Chape no triunfo por 2 a 1 sobre o Tubarão.

– O Bruno é diferenciado. Ele entrou bem nas partidas, foi bem na Libertadores e foi premiado com o gol. O Gilson (Kleina) também teve peito de lançar um jogador de 17 anos e que agora o Brasil todo está vendo – destacou o auxiliar-técnico Juninho, que comandou a equipe contra o Peixe.

A revolução na vida parece não ter causado deslumbramento na vida do jogador. É pautado na humildade e no trabalho duro que ele pretende trilhar os caminhos da carreira para chegar cada vez mais longe.

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– Sou um cara humilde, que está lutando para conquistar seu espaço. Tudo isso é fruto de muita luta, muito sacrifício e do apoio da família, não foi sorte – disse o atacante, em entrevista ao Diário Catarinense.

Dispensado do Internacional

Bruno Silva é natural de Carazinho (RS) e começou a treinar aos seis anos na escolinha do Pinheiros, time tradicional de futsal da sua cidade. Depois foi para o rival Sercesa. Aos 10 anos, depois de ter chamado atenção num campeonato estadual em Pelotas (RS), foi convidado para ir para o Internacional.

– Nos primeiros dias foi muito difícil, tinha pouco mais de 10 anos e fui morar sozinho em Porto Alegre. Ficava chorando com saudade da mãe e da família – disse.

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Bruno Silva foi conquistando seu espaço e chegou a ser artilheiro em algumas competições. Mas a postura indisciplinada acabou atrapalhando. Depois de brigar com um companheiro, foi dispensado do clube, no início de 2016. Então, o empresário César Scolari acabou sugerindo ao atleta ir para a Chapecoense, que era um clube em ascensão no futebol nacional.

– Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. No ano seguinte, fui vice-campeão e artilheiro do Catarinense, com 20 gols, e artilheiro da Copa do Brasil sub-17, com sete gols, além de ter disputado torneio no Catar – lembrou.

Bruninho espera seguir tendo oportunidades no time para ajudar os companheiros a conquistar o terceiro título consecutivo do Campeonato Catarinense. Espera ansioso também pelas chances na Copa do Brasil e Brasileirão. Individualmente, uma das metas é buscar o troféu de revelação do Estadual.

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Além de comemorar a ascensão meteórica na carreira, o atacante já tem outra conquista em 2018. Sua mulher, Gabriela, está grávida de sete meses. Quem sabe ele poderá comemorar o nascimento de Sofia já com um título. A paternidade também contribui para o amadurecimento da promessa da Chapecoense que está se tornando realidade.

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