Um homem chegou no Hospital São Paulo, em Lagoa Vermelha, no Norte do Estado, por volta das 11h de sábado, estacionou o carro na vaga reservada para médicos plantonistas e apresentou-se como o novo médico da equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Com uniforme e estetoscópio pendurado no pescoço, João Paulo Portela da Silva, 30 anos, quase convenceu, mas foi descoberto e detido pela Brigada Militar horas depois.
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Conforme confessou à polícia, a ideia era se passar por médico para impressionar uma moça que havia conhecido na internet. Para o encontro marcado no hospital, o rapaz percorreu 130 quilômetros de Guaporé, onde mora, até Lagoa Vermelha, onde reside a garota. A farsa, porém, acabou descoberta antes da hora.
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Desconfiados do suposto médico, dois funcionários que estavam de plantão no Samu contataram a chefe da equipe, Fernanda Tonial, para verificar se de fato havia sido feita uma nova contratação. Ao checar o nome de João Paulo no sistema e não localizá-lo, Fernanda entendeu que algo errado estava acontecendo. Acionou a Brigada Militar, que deteve o rapaz. Ele já havia aproveitado para almoçar no hospital e fazer uma foto com os “colegas”.
João Paulo trabalha como ourives em Guaporé e, de acordo com a delegada Alexandra Nunes Ferreira, mesmo detido na delegacia seguiu insistindo na história de ser médico recém contratado.
— Ele não queria decepcionar a moça que conheceu pela internet — comentou a delegada.
Além do estetoscópio, outros equipamentos foram achados no carro de João Paulo, como um aparelho de medir pressão. Tanto o uniforme, que o rapaz disse ter conseguido com um amigo, quanto o estetoscópio e o resto dos equipamentos, que disse ter comprado, foram apreendidos. João Paulo não tem antecedentes criminais e foi liberado logo depois de prestar esclarecimentos na delegacia.
De acordo com a delegada Alexandra, foi aberto um termo circunstanciado pelo uso ilegítimo de uniforme. A atitude não é entendida como crime, mas como contravenção. O termo foi encaminhada ao Fórum de Lagoa Vermelha e, caso o promotor aceite a denúncia, João Paulo deverá pagar uma multa.
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— É um fato pitoresco, mas ele não chegou a atender ninguém. É errado, claro, mas não chegou a causar nenhum mal — explicou a delegada, que não soube dizer se, depois de liberado, João Paulo conseguiu realizar o encontro.
O Diário Gaúcho tentou contato com João Paulo, mas não teve retorno.